sexta-feira, 9 de junho de 2023

[Off Topic]: Crónica de uma escapadinha a Valência

Junho de 2023, chega o momento de recuperar energias, de trocar os manípulos do eléctrico pelos bilhetes e de passar de tripulante a passageiro. De local, a turista. Numa escapadinha de 4 dias, o destino deste ano e após o interregno provocado pela pandemia, foi o nosso país vizinho. Valência foi a cidade escolhida e que bela surpresa. Há muito na lista, até porque era uma cidade com eléctricos, entre os quais constam os Siemens iguais aos que conduzo habitualmente na 15E.


Valência é uma cidade portuária que se situa na costa sudeste de Espanha, banhada pelo Mar Mediterrâneo com as suas águas agradáveis como pudemos comprovar nesta viagem que fiz com a minha namorada. Conhecida como Cidade das Artes e das Ciências, com edifícios e construções futuristas, Valência conta igualmente com praias e a sua população ronda os 790 mil habitantes. Dista aproximadamente a 1h30 de avião desde Lisboa e o custo de vida é muito semelhante ao nosso no que diz respeito ao comércio a retalho, contudo os salários são mais aprazíveis que os nossos. Diria que comparando com Portugal, aqui trabalhamos para sobreviver e em Valência trabalha-se para viver... 


Durante esta estadia, tive a oportunidade de conhecer a rede de eléctricos que é composta por quatro linhas (L4, L6, L8 e L10) que se juntam às restantes linhas de metro (L1, L2, L3, L5, L7 e L9), fazendo todas elas parte da Metrovalência, empresa gerida pela FGV - Ferrocarriles de la Generalitá Valenciana. Todas as linhas circulam numa bitola de 1000mm ao contrário de Lisboa com os seus 900mm de distância entre carris.

A informação ao público é clara e intuitiva. Comprar um título de transporte é fácil quer seja nos postos de atendimento ao cliente, quer sejam nas diversas máquinas instaladas em todas as paragens e estações. A validação dos títulos de transporte é feita nos pórticos de entrada do metro ou nas paragens de eléctrico antes de entrar a bordo dos veículos. Outra das surpresas é o sistema tarifário que permite num cartão recarregável, serem carregados dois títulos de transporte para dois passageiros, ou seja, numa viagem Aeroporto-centro com 3 zonas associadas no trajecto, um cartão de 1€ permite o carregamento de duas viagens (3.00€/passageiro), ando um total de 7€. Como funciona? o primeiro passageiro abre a cancela e passa o pórtico. O segundo passageiro volta a validar o cartão e passa o pórtico. Simples e mais económico e amigo do ambiente.


Os veículos encontram-se apresentáveis e limpos, sem vestígios de vandalismo, à semelhança de toda a cidade que se apresenta cuidada e limpa. Andar nas ruas é quase como que andar em casa na sua maioria, onde dificilmente encontramos dejectos de animais ou papeis no chão. 

Recheada de monumentos de interesse histórico e cultural, Valência dispõe de um cartão turístico à semelhança de Lisboa, nas opções de 1,2 e 3 dias, dando acesso a museus e transportes, e descontos em parceiros. A arquitectura dos seus prédios fazem-nos andar de cabeça bem levantada e de olhar atento, como são por exemplo os casos do edifício do Banco de Valência, da Estação do Norte, da Câmara Municipal ou da Catedral.

Valência tornou-se uma agradável surpresa e certamente que voltarei a visitar, por isso, não posso deixar de aconselhar uma visita. As pessoas são amigáveis e a comida é igualmente uma agradável surpresa, onde o destaque vai para a paella valenciana, mas onde outros pratos se destacam. 

E como não pretendo ser um spoiller das suas próximas férias em Valência, apenas deixo algumas imagens da cidade com destaque para o tema que se destaca neste blogue, os transportes públicos. Não quero contudo terminar sem fazer uma referência à empresa FGV/Metrovalência pela amabilidade com que me recebeu e pela autorização concedida para a captação de imagens durante a minha estadia no interior das suas instalações, assim como agradecer a simpatia dos colegas com quem me cruzei durante as viagens.
























quinta-feira, 23 de março de 2023

Sejam bem vindos a(o caos de) Lisboa 2023


Obras, manifestações, falta de policiamento nos cruzamentos, falta de respeito dos condutores, tuk-tuks nos passeios, desvios, transbordos, pára-arranca e uma autarquia que despreza a tão afamada mobilidade. Sejam bem vindos a Lisboa 2023. 

Em vésperas da recepção ao Papa nas jornadas mundiais da juventude, Lisboa mostra não estar preparada para eventos dessa dimensão. Os transportes não conseguem cumprir horários, as pessoas andam stressadas e descarregam no motorista ou guarda-freio que tem por estes dias de ser o muro das lamentações de quem quer chegar rápido ao destino, mas que demora uma eternidade. 


A baixa de Lisboa que devia estar interdita ao trânsito, tem sido por estes dias a concentração da poluição em massa com a quantidade de carros, motas, autocarros, tuk-tuks e mais não sei o quê em filas intermináveis. Obras desde Dezembro na rua da Prata, têm agora a companhia das obras da rua do Arsenal e na Almirante Reis com o plano geral de drenagem. A capital parece um autêntico estaleiro onde quem nela trabalha tem de fazer labirintos para chegar ao seu destino. 

Um trajecto que habitualmente demora 12 minutos hoje demorou 1h05. O Cais do Sodré é um autêntico caus, sobretudo quando não estão por lá os agentes da polícia municipal a lembrar os condutores que só devem avançar para o cruzamento se tiverem a garantia que o conseguem passar sem o bloquear. Hoje não sei se a polícia municipal esteve em greve mas o certo é que hoje o trânsito chegou mesmo a parar no Cais do Sodré. 

Junto ao cais das colunas... Outro cartão de visita da capital, com tuk-tuks em cima das passadeiras e dos passeios na tentativa de captar clientes e de estragar fotos da mais bonita praça da Europa. Já para não falar do congestionamento que causam com as suas inversões de marcha repentinas em plena passagem de peões, ou nas fugas repentinas ao agente da polícia que lá passa de moto, como que de um jogo do gato e do rato se tratasse. 

Depois as manifestações que estão novamente na moda em que todos os dias há uma sabe-se lá onde e para onde. A juntar a tudo isto os condutores de tvde's super concentrados no smartphone, muitas das vezes circulado em marcha lenta porque não estão a encontrar o cliente. Lisboa está intransitável e desgastante, está desprezada e saturada. 

E não é assim que se promove a mobilidade. Assim não dá para incentivar o uso do transporte público senhor presidente. Esqueça as conferências e pense na cidade, olhe pelos seus habitantes e em quem nela trabalha. Lisboa merece mais e melhor.

terça-feira, 10 de janeiro de 2023

Até sempre amigo e "chefe" Gama!

Hoje despedi-me de um Amigo... Hoje despedi-me de um colega, de um formador, de um ser humano incrível. Foi aquele dia que nunca queremos que chegue, sobretudo quando se trata de alguém que gostamos e com quem convivemos. O chefe Gama, como carinhosamente era conhecido partiu, mas apenas fisicamente. Ele vai continuar para sempre entre nós, sobretudo entre a sua família, amigos e entre nós tripulantes e colegas que durante anos convivemos com ele, mas acima de tudo, que aprendemos com ele. 

Hoje em cada gabinete, em cada rua, em cada autocarro ou eléctrico há um pedaço do que ele nos deu, do que nos instruiu, da sua simpatia, do profissionalismo, enfim do bom Ser que era. Vítima daquela maldita doença prolongada, não pôde gozar como merecia a sua reforma. Um lutador, toda a vida onde com orgulho nos contava que tinha começado na Carris como limpa-vias. Foi humildemente progredindo terminando a sua carreira como coordenador da Formação.


Costuma-se dizer que as homenagens são para serem feitas em vida. Mas com o Sr. Gama foram feitas em vida e serão feitas sempre, porque jamais será esquecido. Entre as diversas mensagens que li pelas redes sociais de quem teve a honra de conviver com ele ou de quem com ele se cruzou, destaco uma. "Dizem que na vida não há insubstituíveis. É porque não conheceram o chefe Gama", subscrevo. 

Foi a pessoa que me recebeu na Carris em 2007, quando entrei na sala de formação para motoristas de pesados de passageiros. Ao longo dos anos foi não só partilhando comigo a sua paixão pelos eléctricos, mas também os seus conhecimentos em diversas acções de formação. Tive grande parte das formações com o Sr. Cardoso, mas com o Sr. Gama recordo a formação inicial dos carros históricos do Museu em 2019. De um conhecimento e técnica inquestionável, formou milhares de tripulantes que hoje são o rosto da Carris. Depois, bem... depois ia-me cruzando com ele nas ruas de Lisboa, onde sempre trocava aquele simpático sorriso de bigode farfalhudo perguntando sempre "Então Rafael como é que estás?" Sabia do meu gosto pela área da formação e perguntava-me sempre "Já tiraste o cap de formador? O meu lugar vai ficar livre...", sempre sorrindo.

Reformou-se e ligou-me um dia a agradecer a edição do vídeo que fiz com as mensagens de vários colegas em jeito de homenagem. Fomos trocando pontualmente umas mensagens, sobretudo para partilhar o seu estado de saúde. O Sr. Gama era daquelas pessoas que ninguém queria perder o contacto. Foi o rosto da campanha publicitária do Natal no El Corte Inglês com a sua neta Madalena no Natal de 2021. E tinha estado com ele pela última vez no passado mês de Setembro a quando do desfile dos eléctricos do Museu, no âmbito dos 150 anos da Carris. 

Hoje voltei-o a ver como não desejava nunca vê-lo. Mas a vida é assim... nem sempre justa. Mas sei que a imagem que vou guardar para sempre do chefe Gama não é a de hoje, mas sim aquela que o caracterizava no dia-a-dia. Tentarei sempre, na Carris ou por onde quer que passe, transmitir um pouco dos valores que me transmitiu. O mundo ficou mais pobre, o céu ganhou uma grande Estrela. E Lisboa ganharia muito ao ter uma rua com o seu nome, porque afinal de contas, em cada esquina onde haja um amarelo, está lá um pedaço do nosso amigo Gama.

A última acção de formação que me deu em 2019

À D. Alice e ao Ricardo, as minhas sinceras condolências por esta enorme perda. Até sempre amigo Alfredo Gama.


sábado, 31 de dezembro de 2022

Adeus 22... Olá 23!

Chega assim ao fim mais um ano. 2022 não foi aquele ano inesquecível profissionalmente, foi apenas mais um ano que no geral correu bem. Depois de dois anos a fintar o "bicho" fui apanhado pelo Covid-19 já bem perto do fim. Em Novembro fui obrigado por força das dores e do estado físico a ficar em casa 6 dias. A minha primeira baixa em 15 anos de serviço na Carris. Mas o pós-covid também não foi fácil. A tosse que ainda persiste pontualmente junta-se a um cansaço fora do normal. No ano em que a Carris completou 150 anos de vida, os eléctricos do museu saíram novamente à rua e foi uma honra poder conduzir o 802 num dia inesquecível sobretudo para quem gosta de eléctricos. 

Mas a motivação não é a de outros tempos. O ambiente que se vive não é de todo igual ao de outrora, quando entrei há 15 anos atrás. E a nossa profissão acaba por ser desvalorizada ano após ano, por aqueles que até dizem que fomos muito importantes durante a pandemia, ou que somos o rosto de uma empresa com história. O que é verdade, mas falta o resto...

2022 foi um ano marcado também pelo regresso em massa do turismo, que faz aumentar as receitas e reduzir a paciência, ao mesmo tempo que vamos perdendo o poder de compra. Diziam durante a pandemia que ia ficar tudo bem e que o ser humano ia tirar ilações e ser mais humano e social. Mas tudo não passou de chavões. As pessoas estão mais agressivas, mais egoístas e acima de tudo mais impacientes. Em Lisboa as filas aumentam, a falta de respeito também, como que tivéssemos de ser subservientes daqueles que dizem ser a salvação do país, os turistas. Aqueles que querem com um bilhete simples fazer viagens até mais não. Aqueles que querem fazer de uma carreira pública uma carreira turística, aqueles que mesmo que nos vejam a comer no terminal, interrompem com perguntas, aqueles que nos tempos que correm não sabem consultar um mapa, ler uma informação, consultar uma aplicação.

2022 fica também para mim marcado como o ano em que atingi o limite, o ano em que tive de procurar ajuda médica, depois de tentar procurar ajuda da empresa. À beira de um esgotamento, causado pelo stress que se vive diariamente na carreira 28E, fui obrigado a parar (sim, não acontece só aos outros). Foram 12 dias em casa, privado das minhas rotinas diárias, em busca de um descanso mental. Trabalhar no centro de Lisboa, onde ninguém respeita regras, onde o turismo toma conta do espaço, onde o respeito não existe, é sem dúvida um desgaste enorme para quem tem de lidar com isso diariamente 8 horas por dia. Mas ainda assim dizem que não é uma profissão de desgaste rápido. 

Voltei ao activo após a paragem forçada. Valeu-me fazer aquilo que gosto, mas sei que não estou a 100%. Sei que se ninguém fizer nada pelas condições em que trabalhamos nesta cidade, isto vai-se tornar numa bola de neve. Mas quero acreditar que 2023 vai ser melhor que 2022. Quero acreditar que o Mundo vai ser melhor, apesar de ter poucas esperanças. Quero sobretudo desejar que 2023 traga mais Paz e Saúde, o resto o universo encarregar-se-á. 

Desejo assim que entrem em 2023 com os dois pés que eu vou começar com os dois pés e com as duas mãos, seja nos manípulos, seja no volante. E que sejam acima de tudo felizes, e que continuem a ter boas viagens a bordo dos veículos da CCFL.  

segunda-feira, 5 de dezembro de 2022

Eléctrico de Natal da Carris já espalha magia nas ruas de Lisboa...

Arrancou hoje mais uma edição do Eléctrico de Natal da Carris. Pelo 42º ano, o eléctrico conduzido pelo Pai Natal, promete espalhar magia pelas ruas de Lisboa entre Santo Amaro e a Praça da Figueira. Esta é uma iniciativa especialmente dedicada a grupos escolares, em que durante o passeio é contada uma história de Natal às crianças que serão, depois, desafiadas a fazerem desenhos, com marcadores de giz, nas janelas do eléctrico.

Esta é uma acção de Responsabilidade Corporativa, de natureza Social, promovida pela CARRIS desde 1980. Com mais de 40 edições realizadas, são várias as gerações de crianças que já celebraram o Natal num passeio de eléctrico pelas ruas da cidade.

Segundo informação disponibilizada pela empresa, as viagens têm um valor simbólico de 2€ por pessoa, sendo que o total do valor recolhido é entregue a uma instituição e, este ano, a CARRIS associa-se à Fundação Santa Rafaela Maria para apoiar o Projecto TASSE. Um Projecto que tem como missão promover a inclusão escolar e aumentar as competências e as oportunidades das crianças e jovens da Quinta da Fonte da Prata, na Moita.

Em nota enviada à imprensa, ficamos a saber ainda que para além do valor angariado com as viagens, a CARRIS vai também proporcionar a experiência do Eléctrico de Natal às crianças da Fundação Santa Rafaela Maria.

Este ano a Faber-Castell associa-se a esta iniciativa doando brindes para crianças e professores, que serão oferecidos no final do passeio, e a Edding oferece os marcadores de giz para fazer os desenhos nas janelas do eléctrico.

Assim sendo, no ano em que a CARRIS celebra 150 anos de história, o eléctrico de Natal espera mobilizar cerca de 2000 crianças. As vagas no eléctrico são limitadas a 90 viagens para grupos escolares, nos dias úteis de 5 a 16 de Dezembro, com os horários de partida às 10h/11h/13h30/14h30/15h30.


domingo, 18 de setembro de 2022

Parabéns CARRIS: 150 Anos de história nas voltas que a cidade dá.

A Carris celebra neste 18 de Setembro de 2022 o seu 150 º. Aniversário. Fundada no Brasil, a 18 de Setembro de 1872, desde então muito mudou. Se inicialmente os serviços de transportes começaram por carros puxados por animais, os "americanos", vieram mais tarde os eléctricos a 31 de Agosto de 1901 e seguiram-se depois os autocarros nos anos 40 adquiridos para serviço à Exposição Mundial que se realizou em Belém. A empresa foi crescendo, e acompanhando o crescimento surgiram novas estações e foi-se ao longo dos anos apostando na renovação da frota, que possibilitou em 2006 à obtenção da certificação. 


Ate 2011 a Carris continuou a sua aposta na melhoria do seu serviço, quer com a renovação de quadros humanos quer com a renovação da frota de autocarros. Contudo, nos últimos anos com a passagem da gestão da empresa para a autarquia, a aposta virou-se para as energias renováveis, com a chegada dos novos autocarros a gás e com um regresso da aposta nos eléctricos, como foi o caso da reabertura da carreira 24E há cinco anos e a chegada dos novos autocarros eléctricos para a carreia 706. 

Em 2020 e 2021, ainda que a pandemia tenha colocado uma pausa no mundo, a Carris não parou e continuou na aposta da renovação da sua frota, com a chegada de mais autocarros, a continuação da criação das carreiras de bairro.

2022 é por tanto um ano de continuidade da renovação e reforço do capital humano e da frota, apostando assim na modernização e de forma sustentável. Parabéns CARRIS. É uma honra fazer parte desta família.

sábado, 17 de setembro de 2022

A história saiu uma vez mais à rua para assinalar os 150 anos da Carris

Lisboa parou neste Sábado, para ver a história passar e recuar no tempo. Parte do acervo móvel do museu da Carris saiu à rua para assinalar os 150 anos da Carris e promoveu o desfile de Clássicos do Museu, onde eléctricos e autocarros de outros tempos voltaram a deslizar sobre os carris de Lisboa e a cruzar as estradas da capital, este ano com a companhia de um autocarro eléctrico que faz parte do presente e futuro da Carris, e dos eléctricos temáticos da Carristur (Cortiça, Arraiolos e Bordado da Madeira) nas voltas que a cidade dá. As memórias de quem noutro tempo neles se transportava veio de imediato à conversa entre os visitantes e passageiros deste desfile que contou com duas partidas, uma pela manhã (11h) e outra já da parte da tarde (16h). 

Esta foi também a segunda oportunidade que enquanto tripulante da Carris, de conduzir as relíquias neste evento onde levamos para fora de portas um pouco da história, divertindo-me ao conduzir um eléctrico de 1939, com o número de frota 802, um salão de quatro motores, que faz parte do espólio do museu, e sobretudo divertindo quem neste e nos outros se transportava ou com quem, com eles se cruzavam. Inúmeros sorrisos, acenos, fotografias e conversas trocadas num dia recheado de momentos que mais tarde serão certamente recordados. Um dia memorável para quem realmente ama esta profissão.


Dos mais pequenos aos mais graúdos, foi um passar de testemunho deste gosto pelos transportes como aconteceu noutros tempos em que os pais de hoje eram os filhos de então. São gerações que viajam a bordo e que bonito é ver todos juntos a comentar e partilhar algo que pelo menos por um dia é de ambos. Entre os passageiros encontrei caras antigas da Companhia e alguns seguidores deste blogue. 

Hoje tive então a honra de fazer parte da equipa e por isso as fotos deixei-as para os entusiastas que apareceram em peso uma vez mais neste desfile, e por isso apenas serão estas as fotos que posso partilhar. Agradecer por fim o carinho demonstrado por todos os presentes e pela família que de surpresa apareceu na Praça da Figueira. E por fim, pedir desculpas por nem sempre dar a atenção merecida a todos os que me procuram na altura onde a concentração exige alguma atenção nos carris. Espero que todos tenham gostado do desfile. Um abraço do tripulante que termina desejando-vos uma boa viagem a bordo dos veículos da CCFL. 

Venha o próximo desfile!

O motorista Marcel Mazoni na chegada do desfile da Manhã

A equipa que conduziu este desfile dos 150 anos da Carris. (Foto: José Manuel Costa)



Desfilando pela Avenida 24 de Julho, em direcção à P.Figueira



A foto para mais tarde recordar (Foto: Vítor Santos)




quinta-feira, 15 de setembro de 2022

Carris celebra 150.º Aniversário com várias iniciativas na cidade de Lisboa

A Carris celebra no próximo dia 18 de Setembro de 2022 o seu 150.º aniversário, mas já anda há algum tempo a celebrar estes números redondos com diversas campanhas e iniciativas, porque não é todos os dias que se celebram 150 anos de vida nas "voltas que a cidade dá", que é precisamente o mote destas comemorações. 

As velas apagam-se a 18 de Setembro, mas as luzes ligam-se já amanhã, dois dias antes, através de uma obra de arte urbana, da autoria de Bordalo II, que será inaugurada na próxima sexta-feira, 16 de Setembro, pelas 21h00, no Terreiro do Paço, na presença do Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, e do Presidente da Carris, Pedro de Brito Bogas.

Segundo informa a Carris, "o artista transformou um elétrico do Museu da Carris, o nº 525, dos anos 20, de forma a instalar no seu interior dois animais gigantes, feitos de materiais recuperados do lixo. O animal escolhido foi o corvo, característico e iconográfico da paisagem lisboeta, e um dos elementos inovadores e mutantes da peça é o facto de ser feita com sobras de néons leds, o que permite, também, uma visualização noturna da obra. A intervenção artística contemplou a criação de um sistema de iluminação próprio (LED), totalmente sustentável, uma vez que a sua alimentação elétrica provém de painéis solares instalados na capota do elétrico.

Bordalo II foi o artista escolhido para realizar esta intervenção, tendo, precisamente, em conta o seu trabalho, assente em conceitos relacionados com a sustentabilidade, a reciclagem, o apelo a uma consciência social sobre o desperdício e as alterações climáticas.

O elétrico intervencionado, o nº 525, integra o acervo do Museu da Carris e foi o primeiro de um conjunto de carros elétricos integralmente construídos nas Oficinas de Santo Amaro, tendo estado em circulação de 1924 a 1983.

A obra “Lighted Crows, 2022 - Bordalo II” vai permanecer no Terreiro do Paço durante 1 mês, junto ao Supremo Tribunal de Justiça, sendo depois instalada na zona das Amoreiras, em Lisboa, por um período de 2 anos".

Já no dia seguinte, sábado, tem lugar o desfile de clássicos da Carris, com parte da frota do museu a sair às ruas de Lisboa (às 11h e às 16h) convidando os lisboetas a uma viagem pela história, aquela "que sempre se reinventou e evoluiu ao longo dos tempos".

A Carris é uma empresa que evoluiu para acompanhar as transformações da cidade e a vida dos lisboetas. Ao longo de 150 anos, a Carris adaptou-se, inovou, expandiu-se, participou e ajudou a moldar a cidade.


Também neste dia 17 de Setembro é inaugurada uma exposição ilustrativa da história e da evolução da CARRIS e do seu contributo para a cidade de Lisboa, na Praça da Figueira onde estará a actuar a Banda da Carris. 


Por fim e também no Sábado a edição do jornal Público distribui de forma gratuita com o jornal, uma revista que é uma edição especial dedicada aos 150 anos da Carris, que certamente ficará bem na biblioteca de qualquer entusiasta ou apaixonado pelos amarelos da nossa Lisboa.


E para não perder pitada do que se passa em redor destas comemorações a Carris disponibiliza ainda um site dedicado aos 150 anos da Companhia, para que não fique de fora desta viagem pela história nas voltas que a cidade dá.


Resta-me portanto desejar-lhe boas viagens a bordo dos veículos da CCFL.

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