Que 2021 seja repleto de saúde e paz em todo o mundo.
Seja responsável, use máscara e mantenha o distanciamento social.
#Ajudenosanãoparar
Que 2021 seja repleto de saúde e paz em todo o mundo.
Seja responsável, use máscara e mantenha o distanciamento social.
#Ajudenosanãoparar
Mais um fim de semana com recolher obrigatório às 13h e mais um dia com as horas a parecerem dias. Se pela manhã ainda se vê as ruas bem compostas, o aproximar do meio-dia faz com que num abrir e fechar de olhos as pessoas desapareçam. Trabalhar nestes dias é sem, dúvida mais calmo, mas ao mesmo tempo, as horas custam mais a passar. Os diálogos são quase nulos, os passageiros contam-se pelas mãos e chegam a ser autocarros e eléctricos a mais para a procura. Em Lisboa as pessoas não se podem mesmo queixar da falta de transportes. Se o fizerem estão a mentir.
Hoje reforços não faltaram na 15E e na 28E. Coube-me a mim estar num desses reforços, na carreira 15E com um autocarro onde em cada terminal dava para se ouvir os pássaros, as gaivotas ou simplesmente o chapinhar da água do Tejo no Cais do Sodré.
Lisboa está irreconhecível e todos queremos que tudo volte o mais breve possível à normalidade para que a alma de Lisboa volte a transpirar como antes. Para que as horas não pareçam dias e para que os dias não pareçam meses...
Boas viagens e Feliz Natal a bordo dos veículos da CCFL.
Chegámos a Dezembro de um ano atípico devido à pandemia Covid-19. Por esta altura já se ouvia ao fundo da rua o tilintar do sino acompanhado da música e das luzes que caracterizavam o eléctrico de Natal da Carris. Ao fim de 40 anos consecutivos a dar um colorido diferente pelas ruas da cidade e arrancando sorrisos, o eléctrico de Natal este ano não se realiza. Contudo a autarquia decidiu manter as iluminações de natal que trazem por esta altura alguma esperança e conforto, iluminando as noites cinzentas que se vivem actualmente.
A angústia, a incerteza, a tristeza tem-se aliado ao recolher obrigatório imposto pelo governo com vista a combater o aumento de casos de covid-19 e as viagens pelas calhas de Lisboa têm sido como nunca ninguém pensou. Envoltos numa cortina plástica que tenta oferecer alguma segurança a quem conduz o transporte público, entram pela porta pessoas de rosto fechado e de máscara, onde por vezes se consegue arrancar um sorriso através do olhar. Ruas vazias, carros vazios, assim tem sido o quotidiano deste 2020 que está a trinta dias de lhe dizermos adeus, sem saudade alguma.
Resta-nos portanto desejar que 2021 seja melhor que 2020 e que a alegria e saúde volte a fazer parte dos nossos dias, para que possamos novamente ser livres e viver a vida sem restrições. Este ano 2020 foi talvez o ano em que menos posts foram publicados no Diário do Tripulante, fruto também do cansaço provocado por esta pandemia. Mas agora que Dezembro chegou, quero partilhar com todos um pouco do que é esta época natalícia fora de fronteiras mesmo com a pandemia...
É assim o eléctrico de Natal na cidade de Praga, na República Checa que este ano decidiu decorar 3 veículos afectos ao transporte de passageiros para evitar aglomerações, circulando em carreiras normais, aos quais se juntou a zorra de lubirificação que pode sempre ser acompanhada online através do live stream
Em Plzen, também o eléctrico de Natal já circula pelas ruas da cidade...
Em Brno, também na República Checa...
Em Budapeste, também em linhas regulares...
E em Lisboa, as ruas estão assim...
Boas Festas!
Solicitada a limpeza dos carris para retirada das folhas que constantemente caem das árvores nesta época, lá prosseguimos numa manhã atípica, ou talvez não, dado o panorama que o mundo atravessa devido à pandemia da Covid-19. Ainda assim, foram começando a aparecer alguns turistas, sim ainda há cá turistas! Mas não os suficientes para causarem enchentes a que todos estavam habituados.
Quando menos esperava, a chegada a Algés ditava que tivesse de sair da cabine e deslocar-me aos últimos lugares onde estava um idoso sentado, pensando eu que teria adormecido. Chamo-o mas sem êxito. Toquei-lhe no braço para ver se respondia e sem êxito, permanecia com a sua boina preta, casaco branco, máscara e rosto caído. Agachei-me para perceber se estava a dormir, mas deparei-me com um olhar fixo e vidrado na direcção do solo com um rosto pálido. Faço gestos na frente dos olhos, falo com o senhor e abano-o mas sem resposta alguma. A única resposta era a respiração aparentemente normal.
Volto à cabine para pegar no telemóvel e chamar o INEM e volto ao local onde o senhor estava sentado. Já com o rosto levantado, começa finalmente a responder. Pergunto-lho o que se passava, se precisa de ajuda. Diz-me que estava tudo bem. Comprovando que não estava pelo que assistia mesmo à minha frente, o senhor com cerca de 70 anos de idade e de máscara no rosto, e com um tremer cada vez mais acelerado do braço esquerdo, digo-lhe que «vou chamar uma ambulância».
Tentei fazer perceber que para me estar a dizer aquilo é porque não estava bem, tentado insistir para chamar a ambulância. Ele de imediato diz "não chame ambulância que eu não vou, ta tudo bem. preciso que me ajude a levantar". Acedi ao seu pedido, ainda que muito contrariado por ver o estado do senhor.
Saiu para a rua, respirou o ar fresco e perguntou-me onde era a paragem do 729. Disse-lhe que não estava em condições de ir para o terminal do 729 que era preferível aguardar um pouco ou ir ao café para beber água com açúcar. Recusou de imediato e deixou-me a falar sozinho, partindo passo a passo rumo ao terminal de Algés dizendo que "agradeço os cuidados e a ajuda, desejo-lhe as melhores felicidades e saúde para si e para os seus...". Aguardei uns minutos a ver o seu caminhar que foi de encontro ao café de onde saiu com um pacote de açúcar. Provavelmente uma hipoglicemia, visto que depois, já na hora de partir rumo à Praça da Figueira vejo-o já a atravessar a rua como se nada se tivesse passado e a mim ainda não me tinha passado o susto.
Ainda assim, e embora tudo não tenha passado de um susto que aparentemente pode ser normal para o senhor, dá que pensar nestes idosos que além de teimosos, são em muitos dos casos, deixados ao abandono pelos seus familiares, encontrando nos transportes públicos a sua distracção diária, mesmo que esteja a chover lá fora, facto que também a pandemia veio agravar com a "desculpa" do contacto e do contágio. Muitos acabam assim por ser desprezados não só pela família mas também pela própria sociedade.
E assim vão os domingos na capital das sete colinas onde embora a nossa função seja conduzir, nem sempre disso é feito o nosso dia-a-dia. Amanhã é outro dia. Boas viagens a bordo dos veículos da CCFL.
A pandemia ainda não chegou ao terminal. Uma segunda vaga da Covid-19 tem feito crescer os números de dia para dia, contudo as pessoas parecem um pouco mais desleixadas que na fase inicial. Talvez vencidas pelo cansaço, ou talvez por ignorância. São cada vez mais as pessoas que entram diariamente pela porta do transporte público, com a máscara no queixo, com o nariz destapado, ou simplesmente sem máscara. Na última semana alertei mais vezes os passageiros devido à máscara, que na fase inicial pós confinamento. E assiste-se cada vez mais ao "fechar das janelas" inibindo assim a circulação de ar, ao contrário do que se sugere, e obviamente que todos compreendemos que o tempo começa a ficar mais fresco, mas fechar todas as janelas não é propriamente uma solução eficaz, embora compreendemos também que se está a chover, não vamos deixar a janela aberta, mas temos sim de saber medir as situações.
Depois há também cada vez mais aquela situação do "queixinhas", que pode até estar sentado ao lado de alguém que está a desrespeitar as normas de utilização do transporte público (ausência de máscara, por exemplo), mas que se levanta e dirige-se ao condutor para dizer "sr. guarda-freio vai ali um senhor sem máscara", fazendo lembrar os tempos da infância na pré-primária. E acreditem que muitas das vezes as pessoas que prevaricam estão em ângulos mortos que não nos permitem serem vistos pelo espelho retrovisor interno. No entanto, tratando-se a pandemia de um problema de saúde pública, onde todos nós somos agentes, porque não ser a própria pessoa que alertou o condutor, a chamar a atenção do prevaricador?
Afinal de contas, temos todos de zelar para o bem comum e o bem comum neste momento, é tentarmos minimizar os efeitos deste vírus invisível que veio para ficar, até que uma vacina o domine, o que tarda em aparecer. Todos nós não queremos voltar a fechar o país porque sabemos das consequências que isso acarreta, por isso é mesmo importante todos termos a consciência que ao alertarmos alguém para a mudança dos seus comportamentos, é para o bem de todos e do próprio.
"Ajude-nos a não parar! Seja um agente de saúde pública!"
Ate 2011 a Carris continuou a sua aposta na melhoria do seu serviço, quer com a renovação de quadros humanos quer com a renovação da frota de autocarros. Contudo, nos últimos anos com a passagem da gestão da empresa para a autarquia, a aposta virou-se para as energias renováveis, com a chegada dos novos autocarros a gás e com um regresso da aposta nos eléctricos, como foi o caso da reabertura da carreira 24E há três anos e a chegada dos novos autocarros eléctricos.
Mas este aniversário marca também a forma como a empresa deu resposta à pandemia que tomou conta do mundo, trazendo uma nova realidade que todos desconhecíamos e para a qual não estávamos preparados. Com perdas na receita avultadas, à semelhança de todas as empresas, a Carris não pôde no entanto parar e esteve na linha da frente. As entradas passaram a efectuar-se temporariamente pela porta traseira, e dispensou-se a validação, de forma a evitar o contacto e manter o distanciamento com o pessoal tripulante. Os eléctricos habitualmente repletos de turistas, passaram a andar vazios e com os poucos portugueses que também não pararam. As ruas da cidade desertas espalharam a angustia e o medo por vezes quanto a este vírus.
Também este ano a habitual cerimónia do aniversário da Carris, não terá lugar. A empresa optou por se dirigir aos seus tripulantes através de uma mensagem digital enviada pelo seu presidente do Conselho de Administração. Pouco mais há a dizer sobre esta comemoração que se queria certamente de outra forma que não esta, mascarada a esconder o sorriso de quem celebra 148 anos de vida.
Parabéns Carris! 148 Anos a servir a população de Lisboa. Obrigado por viajar na nossa companhia. Boas viagens...
De volta à sala anos depois, é sempre com prazer que participo nestas acções de formação ministradas pela Academia de Formação da Carristur. Desta feita, o regresso às instalações de Cabo Ruivo, tal como aconteceu em 2007 quando ali dei os primeiros passos nesta carreira profissional como motorista de transportes públicos, deveu-se à formação necessária para a renovação do CAM/CQM, o cartão que nos permite exercer a profissão no transporte de passageiros, além da carta de pesados de passageiros.
E esta sexta-feira culminou então com o fim desta semana de formação, onde foram abordados temas como a actualização do código da estrada, com o respectivo reconhecimento dos novos sinais de trânsito, a mecânica e electrónica, sinistralidade, as relações interpessoais e regulamentação laboral. Uma semana de partilha e recepção de conhecimentos e vivências do dia-a-dia na condução do transporte público.
Todas as estações da Carris estiveram representadas através dos 14 tripulantes que participaram nesta acção de formação, que à semelhança das anteriores, foi bastante produtiva, muito graças ao dinamismo e conhecimento transmitido pelos formadores aliados à participação do grupo.
Foi uma semana longe da rotina do abrir e fechar portas, do vender bilhetes e responder a perguntas, mas obrigados a cumprir as regras que parecem ter chegado para ficar, pelo menos até que a pandemia esteja controlada. O uso de máscara e o distanciamento social não faltou nesta formação que decorreu num ambiente típico que caracteriza esta família que é a Carris, com a certeza que aprendemos sempre algo de novo no fim destas acções de formação.
Agora o merecido descanso de dois dias para o regresso à realidade, onde voltamos a colocar em prática os conhecimentos adquiridos em sala, para que sejamos os melhores tripulantes a desempenhar funções naquela que queremos que seja sempre a melhor empresa de transportes do país.
Boas viagens a bordo dos veículos da CCFL!