sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

Ano novo, preço novo: Agora já têm trocos quando o preço é certo, e esta hein?!

Ano novo, preço novo. E se há males que chegam por bem, este aumento de tarifário é um deles, se tivermos em conta a posição do tripulante perante situações quase constantes em que aparecem passageiros que fazem do transporte público uma máquina de trocos ou até mesmo um banco. Eles aparecem com notas de 20€ ou até 50€ para pagar uma tarifa de bordo. e se lhes pedimos moedas ainda chegam a responder que é nosso dever ter troco. Acontecia e muito, até ao dia 31 de Janeiro quando a tarifa era 2.90€ e tínhamos de andar sempre a procurar moedas de 10 e 20 cêntimos antes de iniciar o serviço, porque eles nunca tinham moedas trocadas.

Ora agora, com o aumento tarifário, o bilhete comprado a bordo no autocarro custa 2€, e se for no eléctrico são 3€. Se nos primeiros dias de 2019 nos eléctricos, os mais distraídos ainda deixavam a mão estendida à espera do troco, o mesmo já não acontece. Há sempre aqueles que ao questionarem o preço soltam um «bolass!» e outros que pagam e sentam-se. Mas o caricato disto, e é certo que pode ser coincidência, é que agora há moedas trocadas daquelas que já não fazem falta para trocos. Exactamente as de 10 e 20 cêntimos juntam-se agora para formar 1 euro, 2 ou até 3. 

Ainda assim, após serviço realizado na carreira 15E e 28E , aquelas que são mais procuradas pelos turistas, e onde se vendem mais bilhetes, deu-me a entender nestes primeiros dias de 2019 que a velocidade comercial pode ter melhorado, dado que se perde muito menos tempo com os trocos. E para aqueles que reclamam do preço, a sugestão é optarem sempre pelo bilhete pré-comprado que fica por metade do preço, quando comprado a bordo. 

Mas se pagar 3€ por uma viagem de eléctrico é problema para alguns, para outros não há nenhum problema. Esta tarde na paragem da Sé, com destino aos Prazeres, uma família de turistas entra e o "chefe de família" entra e de forma determinada e sorridente pede-me seis bilhetes e estende-me uma nota de 20€, sem tão pouco questionar o preço. Peço-lhe 18€, faço o troco dos 20€ que me tinha dado e retiro os bilhetes da máquina, os quais entrego juntamente com os 2€ de troco. O "chefe de família" recebe os bilhetes e o troco e questiona-me num inglês disfarçado de francês ou vice-versa «This tram passes in the castle. Can you tell me the stop?»

Explico-lhe que o eléctrico acabou de passar no Castelo, e que teria de o ter apanhado no sentido contrário ou caminhar 10 a 15 minutos a pé, dado ser duas paragens antes de onde havia entrado. 

Indignado, abre os braços e diz-me no tal inglês mas que traduzido seria algo tipo «então mas paguei 18€ para a família então, posso ir dar a volta e voltar para duas paragens antes...» E lá lhe expliquei que não. Que pode viajar até ao terminal que é os Prazeres, sair e voltar a entrar noutro, com destino ao Martim Moniz e voltar a comprar 6 bilhetes porque cada tarifa de bordo é válida apenas para uma viagem. Ele não aceitando a resposta, pede-me que lhe devolva os 18€. Digo-lhe que não posso porque já tinha impresso e rasgado o bilhete da máquina e que ele deveria ter perguntado antes se passava no Castelo, ou ter visto na paragem o destino correcto que devia apanhar. Aceita o erro, com algum custo e senta-se. 

Levantou-se nos Prazeres após todos terem saído e lhe ter dito que tinha mesmo de sair. Ainda tentou dizer que era para ficar no Castelo, mas mostrei-lhe o autocolante que obriga a sair no terminal. Saiu, foi para a paragem e voltou a entrar e a entregar-me 20 euros para receber de troca 6 bilhetes e 2€ de troco. E adivinhe lá o leitor desta viagem onde terá esta família saído?... Claro está, no Martim Moniz e dali viram o o Castelo lá no alto. Vá-se lá entender este turismo afoito onde neste caso não viram Braga por um canudo, mas viram o Castelo pelo 28E.

E assim vão, as viagens pelos eléctricos mais procurados do mundo - os amarelos da Carris, que mesmo com viagens a 3€ continuam a marcar as férias de quem quer descobrir as colinas de Lisboa fazendo turismo ao preço de um transporte público. Para eles (turistas) o 28E é circular porque é o que lêem nos guias e porque pensam que aqui o turismo está em saldos. 

Boas Viagens a bordo dos veículos da CCFL. 

1 comentário:

CR 35 disse...

Pensava que só os portugueses eram burros

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