sexta-feira, 12 de outubro de 2018

Lisboa está uma "tretinete" mas eu continuo a amá-la.


Modelo da Trotinete Elétrica Lime-S em Lisboa

O trânsito em Lisboa está uma verdadeira "tretinete" sobretudo se falarmos em mobilidade e facilitar o acesso aos transportes públicos. Sempre fui defensor de que esta junção entre a empresa de transportes que serve a cidade de Lisboa e a autarquia, fosse um bem essencial para o bom funcionamento de uma rede de transportes, e continuo a acreditar que seja. E prova disso mesmo, é o que acontece em grandes cidades europeias.

No entanto, o aumento substancial de viaturas privadas, nomeadamente nos prestadores de serviços como Uber's, Cabify's, Chauffeur Privé's, aos quais podemos juntar tuk-tuk's e serviços ocasionais, faz com que o trânsito em Lisboa seja cada vez mais caótico, porque a estes juntam-se os carros privados, que diariamente entram e circulam nas artérias da cidade.

Depois torna-se difícil cumprir horários, e quer autocarros quer eléctricos, acabam por chegar com atrasos ou com viagens encurtadas, o que causa sempre algum transtorno a quem neles se transporta. Mas Lisboa está de facto - e isso ninguém pode negar - mais bonita, mais verde e com mais espaços de lazer. Foram criados novos jardins e ciclovias. A GIRA foi um avanço fundamental na mobilidade sustentável dos habitantes da cidade nas suas deslocações, sobretudo nas avenidas novas e no eixo ribeirinho. Mas tudo isto é bonito e funcional quando rolam nos canais próprios. E se as bicicletas até se movem bem com o apoio da energia eléctrica, já o mesmo não se pode dizer das mais recentes trotinetes, que invadiram nas ultimas semanas as ruas de Lisboa. 

O veículo apesar de não ser tão seguro como a bicicleta, não é confortável para andar no empedrado e talvez por isso os seus utilizadores acabem por recorrer às vias reservadas aos automóveis. Os citadinos ainda vão conhecendo as artérias, e vão sabendo que as linhas dos eléctricos, por exemplo, têm de ser cruzadas e não atravessadas na diagonal, para que o destino não seja um valente trambulhão. Já os turistas que usam e abusam deste serviço à mão de semear, não olham a meios e surgem de todos os lados possíveis e imaginários, não respeitando as regras do serviço, nomeadamente quanto ao abandono após a deslocação. 

A cidade ganhou portanto em alguns pontos e veio a perder noutros. Lisboa parece agora uma cidade do vale tudo, com trotinetes espalhadas por todos os cantos e passeios, impedindo por vezes, a circulação de invisuais, quando há lugares assinalados onde as devem deixar após a utilização.  O excesso de licenças passadas aos tuk-tuk's fazem igualmente com que a zona central da cidade seja uma autêntica selva na caça ao cliente, nem que para tal, tenham de parar a meio da via, fazendo esperar quem vem atrás. Lisboa no que diz respeito à mobilidade e às novas tecnologias, digamos que está uma verdadeira "tretinete", mas ainda assim continuo a amá-la como antes. 

Foto:biskates.pt

1 comentário:

CR 35 disse...

A praga continua, se fosse regrada era uma boa opção, mas não há legislação que puna estes abusadores. Só falta mesmo começarem a deixá-los dentro dos transportes públicos.

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