terça-feira, 31 de julho de 2018

Da 24E à 28E: De volta ao trabalho depois das férias que sabem sempre a pouco...

As férias já lá vão. Pouco há a fazer se não encarar a dura realidade que é sempre o regresso ao trabalho após o recarregar de baterias que parece saber sempre a pouco ou ser insuficiente para o desgaste a que estamos sujeitos diariamente, sobretudo quando se fala em trabalhar num eléctrico em Lisboa. O regresso ao trabalho foi na carreira 24E que surpreendentemente continua a aumentar a procura e no sábado houve até uma ou duas viagens em que viajaram bastantes passageiros de pé. Os passageiros habituam-se cada vez mais ao eléctrico pelas bandas de Campolide e deixam para trás o 758 que já vem normalmente bem composto dos lados de Sete Rios. No sentido inverso muitos são os que entram na Igreja dos Italianos para se deslocarem até às Amoreiras. Há já no entanto, algumas reivindicações por parte dos seus utilizadores, das quais se destacam, um abrigo no terminal de Campolide para resguardar do sol e da chuva, mas também o mesmo pedem para a paragem das Amoreiras, aqui mais pelo facto de não haver bancos nas redondezas para colmatar a espera pelo eléctrico que todos querem ver chegar ao Cais do Sodré. E essa é outra das reivindicações de quem nele se transporta - o desejo de o prolongarem ao Cais do Sodré.

Inalterável permanecem as interrupções temporárias na Rua da Escola Politécnica, sobretudo junto ao número 20 com destino a Campolide, o que causa ainda algum constrangimento a quem aqui se transporta, dando assim algum trabalho extra - mas também receita - à Polícia Municipal, que diga-se está bastante mais rápida a actuar.

Mas seguiu-se pelo meio um merecido descanso em dia de aniversário e hoje o regresso foi à sempre muito procurada 28E, com um acompanhamento a uma das recentes contratações da Carris, que à semelhança de tantos outros, após alguns meses de serviço nas carreiras 18E e 25E, chegam agora às carreiras de percurso "mais difícil". Concluída mais uma etapa de formação, desta feita para 12E, 24E e 28E, é altura de serviço em exploração real nestas carreiras e hoje coube-me acompanhar um dos colegas novos na 28E. O objectivo destes acompanhamentos é transmitir alguns conhecimentos do quotidiano da carreira, ajudar a integrar os tripulantes no serviço em causa, esclarecer algumas dúvidas, aconselhar sobre métodos e procedimentos a actuar em exploração real, mas acima de tudo esclarecer dúvidas que possam surgir em carreira que não ocorreram na formação. É portanto um complemento final a um processo de aposta por parte da empresa para que o desempenho da função tenha mais sucesso. 

Foi portanto um dia cansativo, no sentido que foram mais de 7 horas de pé, entre sobe e desce constante, entre curva e contra-curva e limitado a um curto espaço do eléctrico também ele sempre cheio de turistas, mas no final tínhamos mais um tripulante apto para receber e transportar os muitos turistas que procuram o 28E. 

Turistas esses que por estes dias motivaram uma petição por parte dos moradores da Sé, do Castelo e da Madalena, para apelarem à Carris e à Câmara de Lisboa, medidas para um eléctrico 28 mais digno e fiável para moradores e visitantes. Segundo o artigo do site "O Corvo", estes moradores «nada têm contra os turistas, garantem, mas pedem acções urgentes para que o eléctrico 28 não seja por eles tomado quase em exclusivo. Tem de haver lugar para todos, residentes e visitantes da cidade, mas em condições, para que a icónica linha continue a ser vista como um transporte público e não apenas como um “entretenimento turístico”. Um grupo de residentes da zonas da Sé, Castelo e Rua da Madalena lançou, por isso, uma petição apelando tanto à Carris, como à câmara e à assembleia municipal de Lisboa, para que tomem medidas “para um eléctrico 28 mais digno e mais fiável, servindo melhor residentes e visitantes”.» O artigo pode ser lido na íntegra aqui: https://ocorvo.pt/residentes-da-se-e-do-castelo-pedem-medidas-para-28-nao-ser-so-entretenimento-turistico/

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