Há quem viaje por passeio, outros para o trabalho. A 24E está cada vez mais bem composta, sobretudo se entrar à frente do 758 na Rua da Misericórdia. Já em Campolide são muitos que preferem o eléctrico porque o atalho directo à rua das Amoreiras permite ganhar-se algum tempo em relação ao autocarro que só na paragem do centro comercial costuma perder algum tempo. Mas as terças-feiras são caóticas naquela artéria porque são inúmeras as carrinhas de cervejas e outras bebidas, de ovos, de frutas, etc... há que abastecer os estabelecimentos que escoaram os seus stocks no fim de semana. Por isso a certa altura do dia as viagens tornam-se um "chega e vira" constante.
Mas quando menos se espera surgem aqueles passageiros que nos fazem esquecer todos os contratempos da viagem anterior. Aguardando a hora da partida em Campolide, chegam duas crianças equipadas à Benfica, de mão dada com o pai. Não fosse eu benfiquista, tive de me meter com eles com uma "saudação benfiquista". O pai, adepto do Futebol Clube do Porto dizia «espero bem que mudem porque isto são influências do tio...» E o tio apareceu logo de seguida, assim como a restante família. Ao todo eram 10 e enquanto não chegava a hora de partir ainda se falou de futebol sem se falar em Bruno de Carvalho, algo inédito nos tempos que correm.
O tio do Pedro (o rapaz que vestia de encarnado dos pés à cabeça), dizia-me: «acabámos de vir do Estádio da Luz e ele vem encantado. Tinha de lhe passar os bons gostos para não seguir o caminho do pai.» Mas o pai sorria embora pouco contente por ver o filho de águia ao peito, mas afinal de contas era o aniversário do Pedro que aquela família celebrava por isso o clube pouco importava no momento. Chegava então a hora de rumarmos rumo ao Largo Camões. Impressos os bilhetes e pago com a quantia certa (coisa também rara nos dias que correm) lá prosseguimos a viagem. Fotos, selfies e muita animação sempre com o pequeno Pedro radiante a cantar o "glorioso SLB" ou até o hino do Sport Lisboa e Benfica.
O pai do Pedro preferia abstrair-se por instantes e desfrutar da viagem. Chegámos ao Camões e quiseram voltar para Campolide porque os frangos da Valenciana chamavam-lhes para o jantar porque afinal o dia era de festa e o Pedro encantado com o eléctrico até quis tirar uma foto no lugar do guarda-freio. A mística benfiquista esteve bem presente nesta viagem inesquecível para o Pedro que fiz igualmente questão que levasse também nas recordações, a mística dos eléctricos, e lá o deixei tirar a foto no eléctrico para que mais tarde possa recordar. Para trás fica também a simpatia desta família que tornou a tarde bem mais simpática do que estava a ser dado o trânsito.
Boas viagens a bordo dos veículos da CCFL!
1 comentário:
Pois, o que estraga esta crónica é o raio do Benfiquismo ...LOL estava eu a ler tão bem até aparecer o miúdo...BAHHHH! mas pronto se andava feliz e gostou de eléctricos ao menos sabe apreciar a cor amarela, talvez mude para o Estoril. Boas viagens
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