quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

Quando um buraco se abre na via te estraga o dia...

Com a semana prestes a chegar ao fim, quis a escala que estivesse às ordens nesta madrugada de quinta-feira. A incerteza do que vamos fazer neste serviço conhecido na gíria por "plantão", leva a que rezemos a todos os santos para que ninguém falte. Contudo, quando a manhã já chega a meio eis que um eléctrico na 15E decide avariar e a sua recolha obriga a saída de dois eléctricos pequenos para colmatar a falha do grande. Lá tenho de avançar para o reforço.

Uma hora depois a manutenção, consegue solucionar o problema e o articulado pode sair novamente para a rua, o que fez com que regressasse à estação ainda que por pouco tempo, e porquê? Porque há aqueles dias em que as ocorrências parecem estar reservadas para o dia em que estás às ordens! Um buraco na Rua das Escolas Gerais obriga a interrupção da circulação dos eléctricos no sentido Prazeres, o que faz com que o serviço entre o Martim Moniz e o Largo das Portas do Sol fosse substituído por autocarros da tipologia mini, conhecidos por "Sprinters".

Lá fui destacado para fazer a circulação Martim Moniz - Graça - Alfama - Sé - Martim Moniz, enquanto que os eléctricos subiam via carreira 12E e no sentido oposto faziam o trajecto normal. Ora o que também já é normal é os passageiros na maioria das vezes entrarem no autocarro sem ver o destino e a carreira e hoje não foi excepção. E depois...

Bem depois é aquela situação muito semelhante à que temos quando o despertador toca, nos desligamos e quando acordamos realmente já passa da hora e damos um pulo e dizemos "Bolas já devia ter saído da cama há mais tempo..." Ora nem mais. O autocarro era da 28E e o destino era Martim Moniz, mas a passagem pela Voz do Operário e após a última paragem conjunta com o 734, a reacção era quase sempre a mesma mal o autocarro passava o cruzamento rumo às ruas estreitas de Alfama. 

"Mas para onde é que o senhor vai?" questionava uma mulher após se levantar muito rapidamente ainda que segura ao banco. "Então mas isto não vai para Santa Apolónia?" questionava noutra viagem um senhor. E assim foi em todas as viagens que realizei. Entre as várias respostas que fui dando, houve uma senhora que descontente após lhe dizer que ia para o Martim Moniz, me disse que eu devia dizer que ia para o M.Moniz e não para Santa Apolónia. Expliquei-lhe que na frente do autocarro o indicador de destino diz o número e o destino precisamente. 

Mas ela insistia em dizer que nunca tinha visto um 28E com autocarro. Ora, mas há sempre uma primeira vez. E já imaginaram a quantidade de vezes que tinha de repetir a mesma coisa a todos os passageiros que entravam? E com tanta conversa acaba sempre por não sair e quando deu por ela estava novamente no Martim Moniz. E de quem é a culpa? A culpa é do motorista mas também do buraco que decidiu mudar a vida de muita gente que utiliza o 28E e pelos vistos o 734 :) 

E tudo isto no dia em que assinalo 8 anos de Guarda-freio, após a minha transferência da Estação da Musgueira para Santo Amaro.

Boas viagens

1 comentário:

CR 35 disse...

Típico de quem um amarelo com rodas é igual para tudo. Habituados a não desenvolver os neurónios, acomodados a que alguns respondam a tudo levam a situações caricatas como a descrita. Enfim , ignorantes até ao fim da vida.

Translate