quarta-feira, 26 de julho de 2017

O mês dos nossos "avec's" está à porta e à portam ficam os autocarros na zona histórica de Lisboa

Acabaram as festas de Lisboa que sempre ocorrem em Junho, vieram depois os festivais a marcar o mês de Julho e à porta temos já Agosto com o regresso dos nossos emigrantes. Lisboa fervilha cada vez mais ao longo de todo o ano e já não há aquela época de verão a marcar as enchentes porque, Lisboa esta´todo o ano repleta de turistas e prova disso mesmo é o famoso eléctrico 28E. E foi precisamente no 28E que estive hoje, sempre apinhado de gente do Martim Moniz aos Prazeres e vice-versa. 

O encanto pelas "casinhas" amarelas é tanto que não os faz desistirem das longas filas de espera ao sol e quando entram já se nota o françuguês de quem está todo o ano longe da língua de Camões.  «Bonjour, como fair pour comprar u bilhete para o tramway?», pergunta uma senhora com um irrequieto filho nos braços.  A impaciência da criança leva a mãe a colocá-lo no chão e a gritar «já chega Pierre, si non tu vas sortir du tramway déjá!» e atrás uma bairrista solta de imediato «devias falar assim para um filho meu que ias logo na hora do c*****». O Bilhete foi impresso e o troco feito após apresentar uma nota de 20 euros. As portas fecharam-se e a viagem prosseguiu rumo à Graça após passar pelas ruas estreitas de Alfama. 

«Já estou cansada de tanto turista, que enchem o carro eléctrico e nem às compras podemos ir que não há lugar para entrar...», desabafava a tal senhora que minutos antes tinha silenciado a criança e a mãe. Animação não faltava por parte de quem viajava ora pelas ruas apertadas ora pelos tuk-tuks que impediam a passagem do eléctrico a cada esquina. O 28E no seu sobe e desce constante causa sempre espanto a quem nos visita.

O trânsito típico de mês de férias, onde muitos andam à procura da rua certa ou do lugar certo para estacionar e depois as obras que deixam Lisboa mais bonita mas que ainda causam, algum transtorno. Mais uma viagem, mais uma paragem. Entram uns italianos e perguntam se passo no Castelo. Pedem-me 2 bilhetes e digo-lhes que custa 5.80€ e os mesmos perguntam se são válidos «para toda la jornata?» Digo-lhes que não e revoltados viram-me costas, deixando-me com dois bilhetes impressos na máquina. Sorte que entram dois hermanos do país vizinho e pedem dois bilhetes para a Basílica da Estrela. Depois de receber a quantia, retiro os bilhetes da máquina e entrego-lhes. Pedem-me que lhes avise da paragem e disse-lhes que ia tentar não me esquecer. 

Já chegados à Estrela aviso-os e eles de imediato me respondem... «Non te preocupes, vamos a continuar asta terminal que estamos gustando mucho de la viajem». Chegamos ao terminal pouco depois e peço que todos saiam do eléctrico e como sempre, riem-se. Outros aproveitam-se para se sentar nos lugares que no imediato ficaram livres e depois a velha questão do porquê de terem de sair, porquê terem de comprar outro bilhete, porquê, porquê... por...quê...????? Com tanta explicação e perguntas lá se vão so 6 minutos que tínhamos de pausa para descansar a cabeça, esticar as pernas e fazer vistoria ao carro. Que jeito dava a paragem dos Prazeres ser parecida com a do Martim Moniz, ou seja, só descida no lado actual e entrada no lado oposto da rotunda. Está na hora de partir para mais uma viagem... 

E não posso chegar ao final deste post sem deixar de enaltecer o trabalho que tem vindo a ser feito por parte da Câmara Municipal de Lisboa, mas também da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, no que diz respeito à mobilidade da zona histórica. Pois bem se quando as coisas estão mal, estamos prontos para as apontar, hoje foi com agrado que vi ser colocado um novo sinal de trânsito no Largo da Madalena, impossibilitando a subida de autocarros de turismo para a SÉ, onde constantemente ficamos parados por causa das manobras. Não sei concretamente onde eles deixarão os passageiros mas sei que agora os turistas entram mais no espírito de Lisboa e de ser lisboeta, na cidade que é para ser vista a pé, sobretudo nesta zona. Agora só falta dar mais um passo e tratar do problema de respeito e reordenamento das zonas de parque dos Tuk-Tuks, porque se esta petição para os autocarros de turismo resultou, então que façam uma também para que os tuk-tuks passem a respeitar o código da estrada. 

Entretanto também esta tarde e depois de confrontado com uma questão sobre o tráfego na zona das Portas do Sol, que é constantemente caótico ao ponto de ficar bloqueado, o presidente da C.M.L, Dr. Fernando Medina em resposta à questão que lhe coloquei em Junho passado, disse e passo a citar "a sua questão é pertinente e já estamos a analisar soluções com vista à melhoria da circulação nesta zona." Ficamos portanto a aguardar melhores condições de circulação na referida zona de forma a facilitar a vida a quem depende do transporte público.

Quanto às "casinhas" amarelas, essas vão continuando a circular sobre carris e limitadas aos constrangimentos causados  pelos outros utentes da via, que nem sempre permite um cumprimento dos horários afixados. 

Boas viagens a bordo dos veículos da CCFL. 

[n.d.r.]: Os relatos das frases ditas pelos turistas podem conter erros gramaticais, pelo que pedimos desculpa pelo sucedido.


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