segunda-feira, 1 de maio de 2017

Chegou a época (do passo) do Caracol!

E eis que estamos em Maio! O primeiro mês sem "r" e como manda a tradição abre-se assim oficialmente a época do caracol. Do liso ao riscado, do mais graúdo ao mais miúdo, sempre acompanhado de uma "loira" ou de uma "cola", num pratinho ou numa travessa, é à vontade do freguês. Mas nem só na mesa se serve o caracol... 

Não seria de todo má ideia colocar os típicos letreiros com a inscrição "Há Caracóis" em toda a extensão dos carris entre o Largo da Madalena e a Rua de São Tomé, porque de facto ali naquela zona histórica de Lisboa só se anda mesmo a passo de caracol. Como diz a letra de Luis Fonsi, é "pasito a pasito, suave suavecito..." para se subir ou descer aquele troço cada vez mais saturado de carros, tuk-tuks, autocarros, táxis, eléctricos, ligeiros, etc... Chegamos a demorar 20 minutos para fazer um caminho que normalmente se faz em 4 minutos porque tudo afunila em São Tomé no estreito que estava apenas preparado para a época das carroças e quando passava um eléctrico a cada 20 minutos. 

Mas mudam-se os tempos, mudam-se as vontades e são cada vez mais os carros a circularem numa zona que devia estar restrita a moradores e transportes públicos. A ausência de semáforos e a falta de respeito leva a que diversas vezes o trânsito pare até que tenha de chegar a polícia para resolver. O problema é que nem sempre a polícia está por perto - mas devia -  e quando assim é, digamos que é o salve-se quem puder e lá vamos nós viajando a passo de caracol, com os automobilistas a colocarem a cabeça de fora a ver o que se passa, parecendo os corninhos dos caracóis quando estão ao sol. Depois lá se anda mais 2 metros e lá se pára novamente e é isto a tarde toda.

A viagem do 28 atrasa-se à semelhança do 12 e as paragens vão enchendo, ao ponto de quando chegamos à paragem, já serem os próprios eléctricos que empatam porque demoram imenso tempo na paragem porque a venda de bilhetes é mais demorada porque os passageiros são mais e depois tudo é uma bola de neve porque se o eléctrico não anda depois os que vão no sentido contrário também não passam e pronto, estamos novamente num beco sem saída. 

Mas até quando é que a Câmara Municipal de Lisboa, a Carris, a Junta de Freguesia, ou quem quer que seja, decide resolver o problema que se vive diariamente naquela artéria histórica da cidade? Até quando é que aquela "selva" onde os traços contínuos são para os tuk-tuks como são as fitas coloridas para a árvore de Natal, ou seja, para decorar? Até quando é que quem está a trabalhar é poupado de tanto martírio? Até quando é que os autocarros de turismo continuam a ir para a Sé onde não têm condições para tomar ou largar passageiros? Até quando é que a polícia municipal vai assistindo a isto tudo de braços cruzados? 

Sim porque o verão está à porta e se em Maio é a "açorda" que se vê então os próximos meses prometem ser uma verdadeira caldeirada onde os tripulantes voltam constantemente a sair fora de horas, porque simplesmente e cada vez mais cada um que anda na estrada, pensa única e exclusivamente no seu umbigo. Até quando vamos continuar a prestar um serviço nestas condições onde chegamos ao fim do serviço completamente exaustos? 

Até quando??

1 comentário:

CR 35 disse...

Os Presidentes nas autárquicas apregoam os transportes públicos com uma das bandeiras ,mas depois de eleitos esquecem-se das promessas. A Polícia Municipal está um pouco de mãos atadas ,porque não pode proibir o trânsito de circular .Para ser mais activa teria que ter mais poder ,mas para quê estarem a chatear-se com multas que só em burocracia demoram demasiado tempo? o parque que está a ser construído no Jardim do Tabaco podia ser bem aproveitado para os autocarros de turismo é próximo de Alfama e da Sé . Os turistas podem ir bem a pé!

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