quinta-feira, 6 de abril de 2017

De volta ao carro da Estrela quatro meses depois...

Quatro meses passaram desde a última vez que tinha conduzido um eléctrico remodelado, mais conhecido como o tradicional eléctrico lisboeta. E desde então nunca mais tinha conduzido, porque há precisamente quatro meses, no decorrer de uma viagem no eléctrico 28E, fui abalroado por um pesado de mercadorias que desgovernado embateu no meu eléctrico, deixando-o pronto para uns valentes meses no estaleiro e levou-me para o hospital com uma fractura num dedo. A fractura curou-se com recurso a uma tala, mas a tala acabou por provocar uma lesão no nervo radial, que me levou à baixa e posteriormente a um regresso com incapacidade temporária que me limitou à condução dos eléctricos articulados na linha 15E.

Foram quatro meses, que pareciam anos, mas a última consulta médica as noticias eram mais animadoras e podia voltar progressivamente à condução dos tradicionais eléctricos, com o objectivo de ver se na próxima consulta não há retrocessos e posso voltar a 100%. Assim foi. Hoje regressei às "casinhas" amarelas na carreira 25E, a tal pela qual nunca morri de amores, mas e não é que adorei?

O aviso sonoro das paragens, deram lugar à saudação de alguns passageiros. A indicação de que o bilhete é comprado na máquina, deu lugar à venda pessoal do bilhete. O poder da condução voltou porque o eléctrico remodelado depende e exige mais de nós. Mas voltaram também as interrupções e hoje foi apenas uma mas durou mais de uma hora. 

Encontrei uma Lisboa diferente, porque há muito que não ia para aqueles lados do 25E. Mas há coisas que não mudam. O cheiro da laca dos cabelos aperaltados que se preparam para uma tarde de passeio no eléctrico da Lapa, ou a velha expressão «Pode-me dar aqui um jeitinho?» e, ou era por há muito não ter um contacto para além do vidro da cabine ou hoje dado o sol que se fazia sentir, os passageiros estavam todos muito simpáticos. 

O serviço decorreu sem grandes percalços e a mão respondeu bem, apesar de notar algum cansaço muscular, o que é perfeitamente normal para quem esteve mais de 3 meses apenas nos articulados. Agora é esperar que a recuperação atinja os 100% e para lá vamos sem pressas, porque o que interessa é ficar bem para poder como hoje fazer aquilo que realmente gosto, conduzir pessoas pelas colinas de uma Lisboa cada vez mais moderna e cosmopolita.

1 comentário:

CR 35 disse...

Alguma coisa mudou na estética da cidade mas em algumas zonas para pior! afunila-se estradas mas o trânsito é o mesmo .Os semáforos forma alterados no tempo ,gera caos. E novos eléctricos .....NADA! Boas viagens a bordo dos ainda amarelinhos da CCFL

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