"Toc toc toc" ouve-se o bater no vidro na porta da cabine do eléctrico articulado já uns metros depois de ter arrancado da paragem do Calvário com sentido a Algés, na carreira 15E, durante esta tarde. Olho de esguelha pelo retrovisor, para não desviar o olhar totalmente da estrada, dado estar a passar o cruzamento com a Rua Leão de Oliveira. Do lado de lá do vidro está uma mulher de óculos escuros que me diz «Olhe então as portas não abriram?» Digo-lhe que abriram e que entraram e saíram pessoas...
Mas a passageira insistia dizendo que «não me diga que abriram porque não abriram...» Digo-lhe ao mesmo tempo que vou avançando lentamente que provavelmente escolheu a porta bloqueada e de imediato me responde «Está a brincar comigo só pode!» E esclareço, que não, não estou, antes estivesse! E diz-me ela com toda a determinação «Então abra-me a porta para sair...» e lá lhe respondi, que abria na próxima paragem em Santo Amaro porque não havia condições de segurança para abrir de imediato...
Revoltada, pega no telemóvel e fotografa as costas da cabine onde está inscrito o número do eléctrico, num sinal notório de quem quer dizer por outras palavras "então vou reclamar"... A bordo viajava um colega e ao que parece insistia com ele que eu não tinha aberto a porta. Então e não é que ela disse ao colega que tinha carregado no botão precisamente da porta que estava bloqueada e que tinha um autocolante vermelho com letras brancas a dizer "BLOQUEADA!"
Ora como isto não é de agora e certamente não vai ser a última, recordo uma vez mais que as portas não são abertas pelo condutor. Nós apenas damos ordem de abertura do anel de segurança e ordem de fecho do mesmo, depois o abrir e fechar das portas é com os passageiros através de um botão e de umas células na parte inferior da porta que detecta os movimentos...
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