E chega ao fim a primeira semana após o meu regresso ao trabalho, depois de um longo período de ausência devido ao acidente que sofri em Novembro passado na carreira 28E, quando um veículo pesado de mercadorias, sem travões veio embater na frente do meu eléctrico na Calçada do Combro, apesar de na altura a CMTV ter vindo dizer que tinha sido eu a embater na carrinha. Estragos materiais à parte fiquei com um dedo fracturado que me deixou de baixa durante cerca de dois meses, porque a recuperação foi retardada por um problema causado pela tala, ferindo-me o Nervo Radial. Uma das razões pelas quais este blogue tem andado um pouco sem conteúdo novo.
No entanto, após algumas sessões de fisioterapia, pude regressar ao activo ainda que restrito, pelo facto de ter ainda algumas limitações com a mão direita. Regressei portanto à condução dos eléctricos articulados, pelo facto destes serem conduzidos apenas com a mão esquerda e neles vou ficando até à próxima consulta. Mas limitações à parte, o regresso trouxe algumas novidades até porque há muito não me deslocava para a zona em obras no Cais do Sodré. Novidades que também surgiram em Algés com mudança das marcas rodoviárias que dão agora prioridade aos eléctricos.

No interior do eléctrico viajavam dois agentes da PSP que também avisaram a respectiva central. E do lado de fora haviam muitos "peritos" nas razias de eléctricos numa cidade perto de si. «Olhe que já passaram dois. Você não passa porque é mau»...
Pois sou. Péssimo!

O agente vem ter comigo e diz: «Olhe a sua colega diz que passou à rasca mas passou...» Digo ao agente que então o melhor seria ela largar o eléctrico dela e vir passar com o meu, porque eu não ia assumir tal responsabilidade. O agente compreende e diz «tem razão, depois se rebenta o pneu é você o pai da criança...» E por ali continuei a encher o saco de bocas de que somos todos uns malandros, bla bla bla... até que chega também um colega da fiscalização também com a mesma conversa de que os outros já tinham passado...
Chega entretanto um carro da Carris com um inspector que se vem inteirar da situação, após o terem parado o carro como se de um filme de acção se tratasse. Vitrificam as dificuldades, mas pressionados pelas bocas dos transeuntes e pelos telefonemas da tal colega que tinha passado, dizem para tentar passar. Ora como chefe é chefe, lá tentei passar, agora com a ajuda de um olho mais clínico que todos os que ali estavam. Mas a chegada a meio do articulado, fez com que os braços de imediato se levantassem dizendo "Pára, pára! Não passa!"

A tarde continuava depois mais calma apesar dos atrasos e sem interrupções, até que na última viagem antes da recolha, deparo-me com um acidente em Alcântara, envolvendo um táxi e uma mota. Informo a central da situação e que havia feridos, provavelmente ia demorar. Restou-nos aguardar. Restabelecida a circulação já não deu tempo de prosseguir para Algés, porque já estava na hora do fim do meu serviço e assim terminei a viagem em Santo Amaro, terminando também assim a semana de trabalho. Seguem-se agora as folgas para recuperar as energias gastas num dia como o de hoje, onde temos de ter um poder de encaixe enorme, para não perder-mos a razão.
Faz este ano 10 anos que entrei na Carris e posso ter muitos defeitos como todos temos, porque ninguém é perfeito, mas se há coisa que não faço nem nunca fiz é simular interrupções. Sou pago para conduzir pessoas e é essa minha função, mas se vejo que algo me impossibilita de o fazer em perfeitas condições de segurança prefiro parar até porque não ganho à viagem e se depender de mim, não vão dizer que o eléctrico está danificado porque raspei aqui e ali porque passava à rasquinha mas passava. Lamento mas comigo não.
4 comentários:
Era e continua a ser assim ,os eléctricos aparentam ser iguais, (mais nos tradicionais) mas por vezes existem condicionantes que levam a situações destas porque as folgas e outras reparações ao longo da vida deles alteram. Não passa, para, assim evitam-se toques desnecessários que levam o mesmo tempo de interrupção, estando parado à espera do reboque ou da Polícia para tomar conta do acidente.
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As rápidas melhoras amigo.
Bolas....poderia ter lido este post em 1977, ou 1987 ou ?
Gostei da parte dos "especialistas"; uma classe de lisboetas que emerge de qualquer sarjeta ao mais simples cheiro a conflito, desavença, desgraça, acidente ou seja lá o que seja. Santa pachorra para quem tem que aturar esta gentinha....mas bolas, é que podíamos estar em 1977, ou..
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