sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Do peso pesado no 28E aos achados mais insólitos...

Foi durante tempos um dos programas mais falados na televisão portuguesa, sobretudo pelo esforço que as pessoas faziam para perder peso, mas hoje num daqueles dias atípicos, como são normalmente as sextas-feiras na capital, o peso pesado terá andado pela 28E. A manhã começava bem cedo com o eléctrico a sair já bem composto do Martim Moniz ainda antes das 08h00, deixando pouco espaço livre para os que dele necessitam para ir para a escola ou para o trabalho. As reclamações sucedem-se a cada paragem como se fosse o guarda-freio o culpado de tanta procura pelo 28. Houve mesmo quem gritasse ainda do lado de fora «meta essa gente na rua que tenho de ir trabalhar e não ando aqui a passear. Querem passear esperam pelo vermelho», referindo-se aos turistas e deixando a dica para viajarem no eléctrico destinado aos turistas.

Mas cada vez mais os turistas procuram uma experiência diferente, mesmo que isso implique apertos e empurrões, entre outras coisas mais. A busca pelo Castelo nem sempre é prova superada porque a paragem mais próxima é as Portas do Sol e em muitos dos casos chegam aos Prazeres e ainda procuram pelo Castelo porque não o viram. Depois é o problema de sempre com as questões para as quais já estamos preparados... «Mas porque tem de sair se paguei ingresso para dar a volta?», simples, porque a viagem terminou nos Prazeres que era o destino do eléctrico quando entrou. 

«Tá, mas nos disseram que o 28 era circular!», pois mas disseram errado ou perguntaram à pessoa errada, pois qual seria caro leitor, a necessidade do guarda-freio colocar todos os passageiros fora do eléctrico se ali não fosse o terminal?...

Já na viagem de regresso ao Martim Moniz, o trânsito infernal entre o Calhariz da Bica e a Sé de Lisboa, levaria a que o atraso ultrapassasse já os 20 minutos. Chegado ao terminal solicitei ordens da central porque ia ser rendido a meio da viagem seguinte, e como tal era conveniente acertar-se o horário para a rendição. Contudo, ao efectuar a vistoria do eléctrico como sempre acontece no final de cada viagem, para ver se nada terá sido esquecido pelos passageiros, verifico que um peso pesado terá passado pelo assento lateral traseiro do lado direito. O assento estava  no formato "KO", impossibilitando o início de nova viagem com passageiros. Efectuei a recolha para troca de eléctrico por indicação da central.

Já da parte da tarde, como se não bastasse pensarem que a culpa seria nossa, pelos eléctricos andarem sempre cheios, houve um senhor que ao entrar me solicitou um bilhete. Peço-lhe 2.85 €, e ele exclama «2.85€?! É mais caro que o táxi!», Quer que imprima o bilhete? Perguntei, dada a admiração do senhor e a comparação que fez que me levasse a pensar que estaria hesitante na escolha do meio de transporte... «Já viu que é mais caro que ir de táxi e por apenas três paragens???» Digo-lhe que poderá ter razão mas que não sou eu que decido o valor da tarifa, assim como também não o terei obrigado a entrar. Numa velocidade como a de um motor a dois tempos, lá tira a terceira moeda de 1 euro do bolso e diz «vá tire lá um bilhete que já aqui estou há muito tempo à espera...»

E a viagem lá prosseguiu. A viagem e o dia desta sexta-feira caótica com muitos atrasos e muitas coisas esquecidas nos transportes. Por isso nunca é de mais relembrar os estimados passageiros que ao abandonarem o veículo, deverão verificar se levam todos os pertences para que não sejamos obrigados a encontrar objectos como os que o meu colega Soares encontrou hoje no seu eléctrico. Até porque há objectos, como o caso destes pensos higiénicos que custa a entender como se perdem num transporte que é público, por muito floridos que possam ser....

Boas Viagens

1 comentário:

CR 35 disse...

Deviam afixar nos terminais paragens e dentro dos próprios eléctricos, avisos de como circula a carreira.Assim evitam-se as explicações nos terminais.Já não se fazem bancos como antigamente.

Translate