quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

É tudo uma questão de «chip avariado»...

Há muito que aqui não trazia uma história vivida a bordo de um dos autocarros da Carris, até porque apenas ocasionalmente os conduzo, desde a minha transferência da Musgueira para Santo Amaro, contudo hoje transcrevo aqui uma história digna de registo e que prova que nós tripulantes, temos mesmo de estar preparados para o mais inesperado. 

A situação passou-se a bordo da carreira 735 a caminho do Cais do Sodré quando na Avenida de Roma mesmo junto ao Hospital Júlio de Matos, uma senhora com os seus 50 anos, a quem passamos a chamar de Estrela, entra e após o reinício da marcha do autocarro questiona o motorista sobre a sua validação. Admirado com tal questão, até porque não tinha visto nada passar na máquina, nem tão pouco ouvido o som do validador, o motorista questionou... «Mas validou o quê?!» ao que Estrela de imediato terá respondido: «O meu passe!»

Estranhando a conversa, o motorista sugeriu então para «passar o passe novamente para verificar», e a senhora Estrela não terá perdido tempo, encostando o seu dedo no validador mesmo na zona vermelha. «Mas a senhora não passou nada, apenas encostou o dedo!», disse o motorista. E a senhora Estrela explicou: «Sabe, eu tenho um chip no dedo...» Enquanto o passageiro que viajava sentado no primeiro lugar do autocarro se ria perdidamente, o motorista do 735 contendo a gargalhada lá lhe disse «então deve ter o chip avariado, é melhor ir tratar dele para poder viajar sem problemas».

Acatando a sugestão, a senhora Estrela disse «vou já tratar disso», saindo imediatamente na paragem seguinte em Alvalade. A viagem da senhora Estrela foi curta, mas certamente que motivou conversa para o resto da viagem e provou que o tripulante da Carris tem mesmo de estar preparado para o mais improvável, porque quando as portas do autocarro se abrem, tudo pode mesmo acontecer.

E assim vão as viagens a bordo dos amarelos da CCFL... 

[n.d.r.]: Esta história foi transcrita graças à colaboração do tripulante Rogério Dias, que foi o interveniente na história.



1 comentário:

CR 35 disse...

Será que já arranjou o chip!?

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