quarta-feira, 15 de abril de 2015

Sugestão do Tripulante (15): Silêncio, que se vai cantar o fado!

O som das cordas das guitarras ouve-se nas ruas quando por lá se passa quer a pé ou de eléctrico. E a voz de quem canta prende a atenção de quem passa. O seu interior vazio pela tarde, contrasta com a enchente da noite, porque os turistas vivem ao máximo a visita a Lisboa. Na verdade Lisboa não se visita. Vive-se! Hoje o Diário do Tripulante leva-o aos contextos populares oitocentistas de Lisboa quando o fado já fazia parte do convívio entre as gentes ora cantado nas tabernas ou em plenas ruelas de Alfama e Mouraria. Associado muitas das vezes à tristeza, o fado exprime sentimento e melancolia, mas conhece cada vez mais novas vozes que pretendem manter viva a tradição desta música que em 2011 foi elevada pela UNESCO a Património Imaterial da Humanidade, e que canta o quotidiano.

As casas de fado aumentam porque a procura é cada vez maior e hoje o fado houve-se nas ruas, nos cafés, nas casas de fado, nas tascas, no eléctrico, na rádio, onde quer que haja um português. O fado é hoje, a música que brinda um final de tarde na companhia de amigos ou de quem nos visita. É a música que nos acompanha num jantar que dura até tarde porque o entusiasmo fervilha a cada recanto onde haja uma guitarra portuguesa e um/a fadista.

Apanhemos então o amarelo da Carris que vai de Alfama à Mouraria, subindo à Graça sem sobressalto sem saber geografia. A bordo do 12 ou do 28 agradavelmente chegamos ao Largo do Limoeiro onde bem localizado entre o bairro de Alfama e o do Castelo está o Pastel do Fado, um espaço acolhedor e de fácil identificação, muito graças às pipas que servem de mesas e que indicam que ali também se serve bom vinho para além do Fado. Mas descanse se o apetite lhe começar a apertar após a visita à zona histórica. No Pastel do fado, há também boa comida, petiscos, e claro o fado, cantado por artistas da nova geração, que aliando tudo isto à simpatia de quem nos recebe e serve, faz com que este seja sem dúvida um espaço agradável onde certamente não irá dar pelo passar das horas. 

Os preços são acessíveis, tendo em conta a zona turística, o atendimento e a qualidade e se o eléctrico passa mesmo à porta, então é sem dúvida o local perfeito para um final de dia diferente na capital lisboeta ao ritmo da música que nos caracteriza. Por isso, "Silêncio, que se vai cantar o fado!"


A sugestão está dada, agora basta entrar a bordo do eléctrico, mas se preferir pode também recorrer ao autocarro 737 que também tem uma paragem próxima deste espaço que espalha o som das guitarradas entre o Castelo e a Sé.  

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