sábado, 25 de outubro de 2014

A Lisboa dos insólitos... que ficarão na memória

Lisboa é conhecida pela sua luz única, por estar na moda nas escapadelas de fim-de-semana, entre muitas outras coisas mais como o fado, os eléctricos, a gastronomia e a proximidade ao rio e à costa litoral, mas a capital portuguesa também presenteia constantemente quem a visita com situações insólitas. Os fins-de-semana tão procurados pelos turistas, são precisamente aqueles dias em que mais más recordações deverão deixar a quem nos visita, seja pelo tempo de espera por um transporte para Belém, seja pelo tempo que se espera por um reboque ou até mesmo por um corte de via para realização de uma corrida no centro da cidade.

O que era pontual, torna-se cada vez mais sistemático, deixando em franja os nervos de quem procurava na capital portuguesa uma escapadela tranquila ao dia-a-dia habitual. E quem anda aos comandos de um eléctrico ou autocarro numa cidade tão procurada como Lisboa, compreende e bem as queixas de quem entra pela porta dentro, mas sem poder fazer nada. 

A autarquia também pouco facilita a mobilidade do transporte público, e exemplo disso mesmo é o encerramento da Avenida Ribeira das Naus, aos fins-de-semana, canalizando todo o tráfego do eixo ribeirinho para a Rua do Arsenal e Praça do Comércio, chegando a criarem-se filas de 35 minutos para um trajecto que em condições normais se faz em 2 minutos.

O desespero apodera-se e os turistas, esses ficam incrédulos perante tanta confusão. Tiram fotografias para mais tarde recordar a demorada viagem que tiveram por Lisboa. Mas nem só de trânsito se preencherá esse cartão de memória. As máquinas disparam também sobre carros mal estacionados, e até sobre obras que deviam ser feitas de noite, mas que são feitas em plena luz do dia quando as ruas fervilham de gente que anda à descoberta de uma outra cidade, sem gruas, sem grades, sem fitas, mas sim uma cidade como lhes contaram, com uma luz fantástica, com a castanha assada ou o pastel de nata, com o eléctrico a percorrer as colinas e muito mais. 

Confesso que já vi de muito ao longo destes 7 anos ao serviço da Carris em Lisboa, mas nunca esperaria ver o que vi hoje em plena Praça da Figueira, precisamente no abrigo de paragem mais procurado daquela praça - o terminal da carreira 15E. A chegada de mais um projecto hoteleiro para  abaixa de Lisboa, levou em que durante todo o dia estivesse a ser montada uma grua atrás do terminal do eléctrico, onde estavam centenas de pessoas à espera do eléctrico para Belém ou do eléctrico para o Castelo. 

Por cima dessas pessoas, circulavam enormes placas de cimento, para sustentar a base da grua e tudo sobre o olhar atento e por vezes repreensivo de quem ali tinha de aguardar por um transporte público sem que lhes tivessem dito que era obrigatório o uso de um capacete. As placas que lentamente se iam movimentado, por vezes roçavam nos cabos que prendem o fio eléctrico que traz a corrente aos eléctricos e perante aquelas manobras constantes apenas um agente da PSP a tentar desviar o trânsito automóvel e os peões numa tarefa quase impossível, ao mesmo tempo que a circulação de eléctricos se ia fazendo uns metros mais abaixo daqueles cabos que seguravam enormes placas de cimento. 

Muitos terão pensado certamente: "E se isto cair em cima das pessoas?" ... Uma tragédia na certa, que parece desta vez ter corrido bem, mas que certamente não terá deixado uma boa imagem para quem neste fim-de-semana nos visitou. Sem dúvida um "postal" triste de uma cidade que até tem tudo para ser muito alegre...

Dá que pensar... 

5 comentários:

CR 35 disse...

Nota-se que o presidente da CML não está na cidade aos fim de semana,nota-se que não houve os comerciantes,nota-se que não houve os residentes. Ou cortam o trânsito à baixa ou esqueçam o dinheiro enterrado no "alindamento" da Ribeira das Naus.Mudem de estratégia enquanto é tempo ou acabam por matar a galinha dos ovos de oiro que hoje actualmente se apregoa lá fora como uma bela cidade.

Anónimo disse...

Pois é, são essas informações que deveriam chegar a quem de direito. Um, milhares, ou centenas de milhares de turistas perante um "espetáculo" desses, ficarão com muito má imagem dos Portugueses e, quem sabe, esses possivelmente não voltarão!

Anónimo disse...

Continuo a pensar que foi contigo que me cruzei no Largo Camoes e que gritei, depois de muito olhar para o teu nome inscrito na farda, "diario do tripulante?". Caso contrario, peço desculpa ao colega por dedicar bons posts que fazes. Um abraco!

Rafael Santos disse...

Sim Anónimo, era mesmo eu e também fui surpreendido pela sua interrogação. Obrigado pelas palavras, pois o objetivo é sempre dar a conhecer um pouco mais do dia a dia da profissão.

Anónimo disse...

Ola amigo
antigo motorista da carris hoje motorista na cidade de Clermont Ferrand ( França ) Lisboa so mesmo para ferias, transito infernal, cidade em obras, etc os motorista da carris deviam gagnar o dobro do ordenado
abraço Luis Oliveira

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