
Mas se na 25E as coisas não corriam muito bem aos primeiros carros após a alteração, já os últimos dois dias foram aos comandos do eléctrico turístico, que se vê também assim, obrigado a realizar o trajecto novamente no sentido oposto.
A confusão instala-se quando a procura por parte dos turistas é muita e torna-se no mais cansativo dos serviços, porque explicar em diversos idiomas que o que vão ouvir indicando à direita passa a ser à esquerda e vice-versa, causa algumas questões por parte de quem quer a todo o custo ver Lisboa como se não houvesse amanhã. Concordo contudo que Lisboa é de facto uma cidade fantástica que qualquer um devia visitar, tem excelentes atracções turísticas, tem o Tejo a banhá-la, tem grandes centros comerciais, jardins, museus, etc... Mas Lisboa terá certamente e por vezes os turistas mais complicados do universo.
O Sábado começou com uma interrupção no Largo de Santos. Dos três turistas a bordo na primeira viagem do dia, apenas restaram dois porque uma espanhola não tinha tempo para aguardar pelo reboque. E foram precisos 50 minutos para que o reboque chegasse e removesse o veículo que ou terá sido restos de uma noite longa ou falta de bateria, a constar pela presença dos cabos no banco da frente. Eléctrico retido durante uma hora, viagem das 10h00 cancelada e das 10h30 a circular num trajecto alternativo, levando a que a fila de turistas se alongasse na Praça do Comércio, numa espera imprópria para cardíacos. Desimpedida a linha, prossegui viagem até ao final onde cheguei já perto das 11h50. A chegada do eléctrico à Praça do Comércio, criou por certo naqueles mais de 40 turistas uma sensação semelhante aos que visitam Roma e avistam o Papa a aparecer ja janela para a missa dominical.
Com apenas 24 lugares disponíveis por eléctrico, juntamente com a promotora solicitamos aos 24 primeiros da fila que entrassem, mas havia um enorme problema. Dos mais de 40 turistas, todos diziam fazer parte dos 24 primeiros. Não houve chapada entre eles, mas pouco faltou. O stress apoderou-se de quem estava já há uma hora à espera, mesmo sabendo a causa do atraso que não dependia certamente de nós. A gritaria instalou-se de tal forma que tive de impor alguma ordem dizendo que apenas conseguia escutar um de cada vez e que assim com todos aos berros seria difícil e ainda se iria atrasar mais a partida seguinte. Mas escusado será dizer que poucos pareciam querer compreender o que quer que fosse.

Mas se o Sábado foi complicado, esperava-se que o Domingo fosse melhor. E até foi, na maioria dos casos. Menos turistas, mas ainda assim a comporem e bem a lotação dos eléctricos, em busca das sete colinas de Lisboa. A esperada interrupção na zona das discotecas em Santos, acabou por não aparecer e todas as viagens da manhã foram feitas, tal como aconteceu pela tarde, até ao momento em que o trânsito se instala em abundância na Praça do Comércio e em que um dos eléctricos fica preso na Graça impedido de passar por causa de um carro mal estacionado, precisamente ao mesmo tempo em que eu fico impedido de prosseguir viagem na Rua de São Paulo.

Os minutos iam passando e ninguém aparecia. Mas se há dias de azar, também há horas de sorte. Quando tudo fazia prever que por ali ia ficar até tarde, eis que passa uma carrinha da Secção de Intervenção Rápida da PSP (SIR), que ao avistar o eléctrico parado por causa do carro mal estacionado, recua para se inteirar da situação. Após resumida a situação sobre a solicitação do Reboque que já ia além dos 30 minutos, questionam-me por alternativas, visto que o reboque ainda iria demorar algum tempo, segundo a comunicação efectuada via rádio pelos mesmos. Digo-lhes que apenas seria recuar até ao Corpo Santo e recolher, dado que aquela era a minha última viagem. Tinha partido da Praça do Comércio às 16h30 e eram já 17h40.

Assim, se durante a semana anterior elogiei aqui o trabalho do agente Martins, do Cais do Sodré, não posso igualmente deixar de o fazer perante os elementos do SIR que ajudaram assim a que eu conseguisse chegar a horas à estação para o merecido descanso, porque caso contrário talvez ainda lá estivesse à espera ou do reboque ou do condutor que decidiu deixar o carro estacionado meio metro afastado do passeio. E assim vão decorrendo as viagens que muitos levarão de recordação de uma cidade bonita, com o seu encanto, mas onde a falta de civismo continua a imperar.
Boas viagens a bordo dos veículos da CCFL.
2 comentários:
A Carris devia ter um reboque ou dois permanentes. Bastava rebocar as viaturas para um sítio em que houvesse parque de estacionamento PAGO,comunicar à Polícia onde estava parqueado e o dono teria que pagar o reboque e o parque!
A carris deveria poder contar com a ajuda dos reboques da Emel e da Policia municipal sempre seria mais rapido
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