domingo, 16 de março de 2014

Dia para esquecer na 15E, com corridas, cerimónias e muita paciência esgotada

Se ontem tudo fazia prever que a manhã de hoje fosse tranquila para os guarda-freios da carreira 15E por ocasião da Meia Maratona e do Render da Guarda em Belém, o certo é que foi uma manhã para esquecer, sobretudo para mim, que fui o único a trabalhar entre Belém e Algés, onde nem o 729 passava sem eu mesmo perceber o porquê. O certo é que o dia começava logo a mostrar sinais que não ia ser um dia fácil porque logo após a saída da estação, um acidente em Belém obrigava-me à primeira paragem do dia, mas com polícia em excesso nas redondezas, acabou por ser rápida a resolução.  

Com tempos de espera em Algés superiores ao normal, já era de esperar que os passageiros não me poupassem, até porque andava com um eléctrico remodelado, onde o contacto é directo. Mas o pior nem foi o facto de ter estado ali sozinho, mas sim a incompreensão das pessoas que mesmo ao verem inúmeros polícias e ruas cortadas assim como atletas a correr na marginal, diziam que não entendiam o porquê dos eléctricos não passarem de Belém. A manhã ia no entanto passando ao ritmo das viagens entre Algés e Belém com milhares de pessoas nas ruas de Belém após a passagem da meta da Meia Maratona de Lisboa que bateu novo record de participantes nesta edição de 2014.

Terminado o render da guarda no Palácio de Belém chegava então a altura de ir render para a pausa do Almoço e a segunda parte do serviço, seria então de Articulado, muito graças ao esforço do pessoal da manutenção. Agora era então altura de trazer os atletas de Belém para o centro e os autocarros destacados para o efeito eram poucos para tanta gente. Lisboa mostrou uma vez mais que os trabalhos de bastidores em redor destas grandes provas, não está preparada e muito há para se fazer. 

Mas se tudo fazia prever uma tarde tranquila fechadinho na cabine, o certo é que o encurtamento de uma das viagens acabaria por causar confusão a um idoso que nem sei como era capaz de andar na rua sozinho. Perdido em Pedrouços, bateu-me na cabine a perguntar se «vai para a praça ao lado do Rossio?», e lá lhe informei que ia apenas até Santo Amaro. Mas o senhor desorientado acabava por dizer «então eu saio no Cais do Sodré, porque moro em Alvalade...» 

Eu dizia-lhe uma vez mais que terminaria a viagem em Santo Amaro e não iria chegar ao Cais do Sodré, mas o senhor além, de perdido era um pouco surdo e teimava em dizer-me que iria sair no Cais do Sodré ao mesmo tempo que me puxava a porta da cabine não deixando-a fechar. Lá lhe disse que tinha de me deixar fechar a porta para prosseguir viagem, mas o senhor acumulava à desorientação, os nervos porque não sabia como chegar a casa. Disse-lhe que se sentasse e que no final da viagem orientava-o e assim foi...

....Mas até Belém, porque voltou a questionar-me perante um eléctrico cheio de passageiros que também eles já tentavam encorajar o senhor a sair na paragem de Belém e apanhar o 727, porque outra alternativa não havia naquele momento. Com algum custo lá seguiu os nossos conselhos e nós lá prosseguimos viagem numa tarde semelhante a tantas outras de domingos, em que quem nos visita ficará certamente com uma péssima imagem da mobilidade na nossa cidade onde é impossível cumprir-se os horários, ora pela quantidade de gente que procura a pouca oferta que há, ora pelo tempo dado para cada viagem.  

Por fim, apenas uma sugestão para quem pretende nestes eventos descomprimir do stress diário, praticando desporto, como o caso da meia maratona: Se não tiveram pressa em ir correr não tenham também pressa depois de correrem, e informem-se da forma como se devem deslocar para os vossos destinos, para evitarem situações como as presenciadas este domingo. Boa semana a todos.

Imagens: «O xiclista», «Wikimedia» e «Mundo Vitaminado»

1 comentário:

CR 35 disse...

O Português continuará a ser BURRO.Com ou sem informação a cultura vai continuar a ser a mesma ....ZERO! se as gerações de 1938 eram um pouco mais educadas mas sem instrução escolar, as novas pecam por excesso e nem se dão ao trabalho de evoluírem.Enfim, quem corre por gosto não se cansa e se no final têm pressa, esquecem-se que muitos não correm e precisam de se deslocar prejudicados por aqueles que adoram fazer desporto.Boas viagens a bordo das casinhas amarelas.

Translate