Nesta zona de Lisboa não é preciso esperar pela hora de ponta da manhã ou da tarde para que o congestionamento de trânsito seja visível. Numa zona onde o comodismo impera, ninguém esquece que os automóveis para circularem precisam de ser abastecidos, contudo há sempre quem esqueça o próximo e que para o eléctrico circular é preciso ter a linha desimpedida. Na rua Domingos Sequeira, próximo da Basílica da Estrela, a qualquer hora do dia chegamos a verificar filas para o posto de abastecimento, que deve apresentar preços fantásticos por litro, dada a quantidade de pessoas que escolhe aquele posto para encher o depósito. Mas além do posto de combustível existe também um infantário mesmo ao lado e para os meninos lá deixarem, os papás também deixam por instantes o carro na via de trânsito porque o espaço reservado à entrada e saída de passageiros, está permanentemente ocupado com viaturas estacionadas.
Mas afinal de contas, onde pára a polícia? E a Câmara de Lisboa, quando decide tomar medidas quanto ao acesso a este posto de abastecimento? As perguntas cairão certamente em saco roto e quanto aos senhores automobilistas que fazem daquele posto paragem habitual, continuarão impávidos e serenos a ouvir a campainha do eléctrico tocar, como quem pede para que saiam da frente. Por vezes bastam 5 ou 10 centímetros para a direita, mas ora distraídos com o telemóvel enquanto esperam a vez, ora distraídos com a forma como o senhor da bomba segura na mangueira em direcção ao depósito do veículo da frente, o certo é que o eléctrico lá vai estando parado à espera de poder prosseguir a sua viagem.
No interior do eléctrico, uns passageiros vão bufando, outros vão comentando que é sempre a mesma coisa, mas hoje até no autocarro bufaram, porque parado do lado de cá do cruzamento, ali permaneci durante alguns minutos, dando tempo que o semáforo acendesse verde, laranja... vermelho... verde, laranja...vermelho e o eléctrico do outro lado tocava a campainha sem que os mesmos senhores se dignassem a prosseguir viagem em busca de outro posto de abastecimento, ou em busca de um lugar que permitisse a passagem do eléctrico. A mim não me restou outra alternativa se não esperar que o caos ali presenciado durante minutos terminasse, porque avançando iria obstruir o cruzamento da avendia Infante Santo. E as pessoas que usam o transporte público uma vez mais prejudicadas pelos senhores que só contam e pensam no seu próprio umbigo.
Mas agora questiono eu, fazendo uma introspecção na minha humilde maneira de ver as coisas: Custava muito, retirarem de vez aquele estacionamento ilegal e fazerem uma via de acesso própria para o abastecimento, delimitado com pinos e marcas rodoviárias? Isto já para não colocar a questão da presença daquele posto de abastecimento a paredes meias com um prédio à direita e com um infantário à esquerda. Ou será necessário ir a Coimbra tirar um curso para se perceber que assim a cegada continuará a transformar este posto de abastecimento num "posto de congestionamento"?
Sem comentários:
Enviar um comentário