E eis que nove meses depois voltei à carreira 18E. Mas tudo permanece igual. A carreira continua a ser na minha opinião demasiado calma, chegando mesmo a poder-se comparar com um dia de férias, o que acabou por calhar bem numa semana onde abunda a carga horária máxima diária. Não deixa também de ser menos relevante o que nos permite estas ausências prolongadas de uma carreira. Observamos que os hábitos rotineiros das pessoas, sobretudo idosas, permanecem intactos por muito que os meses passem. Constatamos que os mercados municipais ainda têm procura ao contrário do que se diz por ai e o da Boa-Hora é um bom reflexo disso mesmo.
Mas dá também para observar que os utentes do 18E continuam a fazer as mesmas perguntas de há três ou quatro anos atrás. "Falta muito para partir?" Mas observações à parte, o certo é que tive uma manhã descansada, se deixar de lado os sustos causados pela folha que aliada à humidade fez das suas. Parecia autêntica patinagem artística, sem ter de se recorrer à tenda do Chen ou do Cardinalli.
O que não podia faltar também era, claro está, as artroses do senhor Luís, as hérnias da dona Rosa, as operações ao joelho da ti Júlia, que custam a subida do degrau, ou até mesmo as dores na coluna do senhor João, e claro que estes são nomes fictícios que acabei de dar para os passageiros que transportei desde cedo entre a Ajuda e o Cais do Sodré.
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