Mais um ano chega agora ao fim. É
hora de deixar para trás meses que ficarão ora para a história, ora para o
arquivo deste blogue. 2013 não foi, nem de longe nem de perto, um daqueles anos
que iremos recordar com agrado, porque a crise serviu de desculpa para cortes,
para aumentos dos serviços e produtos, e
para uma qualidade de vida cada vez mais inferior, quando comparamos Portugal a
outros países da União Europeia. A chamada crise começou também a roubar-nos
aquele gosto pelo desempenho das funções, que agora é cada vez menos, o que fez com
que muitos colegas abandonassem, não só a empresa como o próprio país, como
aliás tem vindo o nosso governo a sugerir. Mas políticas à parte, embora não goste de fazer
balanços e previsões, o certo é que este ano que agora se despede de nós,
acabou também por ser um ano em que alguns dos meus objectivos ficaram por
alcançar, não por vontade própria, mas porque também não me foram abertas as
portas para tal.
No blogue, foram menos os textos
publicados, também em relação a anos anteriores, talvez porque a motivação para
a escrita também tenha sido alvo de cortes, ou simplesmente porque histórias
semelhantes já foram anteriormente descritas. Contudo, histórias e situações
desenrolam-se todos os dias num espaço aberto ao público 24 horas por dia, como
é o caso dos nossos autocarros e eléctricos, que embora cada vez menos a
circularem, também por imposições da dita crise, continuam cada vez mais a ser
procurados por quem tem cada vez menos euros ao final do mês, obrigando-os a
procurar pelo transporte público e em muitos dos casos sem título de transporte
válido, como aliás mostraram os últimos resultados referente à fraude nos transportes.
2013 marca no entanto uma viragem no visual do blogue, quando em Março, foi publicada a versão 3.0 com um endereço simplificado, uma renovação da imagem de fundo e do logótipo em
desenho animado da autoria de Patrícia Costa.
Quanto ao Livro, editado pela
Fonte da Palavra, também foram menos a seguirem viagem até aos leitores neste
ano de 2013, também porque o corte no acesso à cultura acabou por marcar
presença neste ano terrível que foi 2013, motivo para o qual outras ideias e
projectos não tenham sido ainda postos em prática. Ainda assim, marquei
presença pelo primeiro ano na Feira do Livro de Lisboa. Contudo, prevê-se que
2014 não seja melhor, embora se anuncie já o regresso aos mercados que irá
originar um processo de retoma económica em Portugal. Políticas, como diz o
outro, e para as quais tenho cada vez menos paciência.
A nível profissional, 2013 pouco
ou quase nada acrescentou ao meu histórico de quase 7 anos ao serviço da
Carris, e se a formação dos carros “tipo 700” ou os do “Museu” eram objectivos
delineados para este ano, escusado será dizer que não foram alcançados, porque
também as acções de formação foram reduzidas, devido à contenção orçamental
imposta pelo Estado. A ver vamos se a dita retoma económica permite atingir
essas metas em 2014, porque embora todas as condicionantes impostas por esta
crise, que me fazem receber cada vez menos a cada mês que passa, ainda continuo
a gostar e defender os meus “amarelos”, tal como em 2007 quando procurei dar
outro rumo à minha vida profissional, resta apenas saber até quando me permitem
fazê-lo.
Mas 2013 também teve algumas coisas
boas e obviamente que não me refiro às autárquicas que uma vez mais, voltaram a
prometer o regresso do eléctrico 24 ou aposta em novas linhas, porque como
sempre, dessas eleições ganham-se apenas novos asfaltos para as ruas que
esperam 4 anos para receber novos pisos, permitindo assim aos nossos autocarros
melhores viagens. Mas Lisboa ganhou novos espaços em 2013. Em Belém um atrelado
da Carris foi transformado numa esplanada – o «Banana Café» e o 28 chegou
finalmente ao Castelo, graças à abertura do «28 Café», numa parceria de Nuno
Brito e Eunice Brito com o Museu da Carris, que deu origem a um emblemático e
acolhedor café onde se homenageia e bem não só a carreira 28, mas o próprio
eléctrico como símbolo característico desta cidade de Lisboa.

Para 2014 espera-se além de saúde
e paz, que seja um ano melhor que 2013, embora as previsões indiquem o
contrário. Gostava sinceramente que fosse um ano com menos greves, porque seria
um sinal de melhoria e de estabilidade, até porque ao contrário do que muita
gente faz questão de anunciar, as greves não só têm impacto no utente, mas
também nos próprios trabalhadores que prescindem de parte do seu vencimento
para lutar em prol dos seus direitos. Gostava igualmente que em 2014 os media publicassem artigos fundamentados
em ambos os lados da barricada, porque publicarem-se textos dizendo que os
trabalhadores dos transportes dispõem de telemóveis, cartões de crédito e
viaturas, é no mínimo, generalizar um sector cada vez mais dividido, em que
quem está a dar a cara é quem menos regalias tem. O telemóvel que tenho é meu e
uso-o para comunicar com a minha família, com quem cada vez menos, tenho o
prazer de conviver e cartão de crédito tenho um, é meu e não o uso, porque
nunca gostei de dar passos maiores que a minhas possibilidades. Viaturas, vou
tendo realmente uma por dia e da empresa, mas são as minhas ferramentas de trabalho
para transportar milhares de pessoas por dia pelas ruas desta cidade de Lisboa.
Concluindo, quero apenas desejar
a todos os amigos, colegas, leitores e seguidores deste blogue, um próspero ano
2014 e que todos os objectivos sejam por vós alcançados, assim como desejo que
os meus sejam também. Prometo apenas que em 2014 irei tentar manter este espaço
activo, ora com histórias, ora com sugestões ou imagens deste quotidiano
marcado por viagens constantes a bordo de veículos que circulam sobre carris ou
sobre o asfalto, mas que juntos não passam ainda despercebidos de todos vós.
Boas Festas.
1 comentário:
Então, bom ano de 2014 com novas histórias relatos e aventuras nas casinhas amarelas .....BOM ANO
Enviar um comentário