segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

2013/2014: Balanços de um ano "cortado" e previsões para um ano que se quer "inteiro"...

Mais um ano chega agora ao fim. É hora de deixar para trás meses que ficarão ora para a história, ora para o arquivo deste blogue. 2013 não foi, nem de longe nem de perto, um daqueles anos que iremos recordar com agrado, porque a crise serviu de desculpa para cortes, para aumentos  dos serviços e produtos, e para uma qualidade de vida cada vez mais inferior, quando comparamos Portugal a outros países da União Europeia. A chamada crise começou também a roubar-nos aquele gosto pelo desempenho das funções, que agora é cada vez menos, o que fez com que muitos colegas abandonassem, não só a empresa como o próprio país, como aliás tem vindo o nosso governo a sugerir. Mas políticas à parte, embora não goste de fazer balanços e previsões, o certo é que este ano que agora se despede de nós, acabou também por ser um ano em que alguns dos meus objectivos ficaram por alcançar, não por vontade própria, mas porque também não me foram abertas as portas para tal.

No blogue, foram menos os textos publicados, também em relação a anos anteriores, talvez porque a motivação para a escrita também tenha sido alvo de cortes, ou simplesmente porque histórias semelhantes já foram anteriormente descritas. Contudo, histórias e situações desenrolam-se todos os dias num espaço aberto ao público 24 horas por dia, como é o caso dos nossos autocarros e eléctricos, que embora cada vez menos a circularem, também por imposições da dita crise, continuam cada vez mais a ser procurados por quem tem cada vez menos euros ao final do mês, obrigando-os a procurar pelo transporte público e em muitos dos casos sem título de transporte válido, como aliás mostraram os últimos resultados referente à fraude nos transportes. 2013 marca no entanto uma viragem no visual do blogue, quando em Março, foi publicada a versão 3.0 com um endereço simplificado, uma renovação da imagem de fundo e do logótipo em desenho animado da autoria de Patrícia Costa.

Quanto ao Livro, editado pela Fonte da Palavra, também foram menos a seguirem viagem até aos leitores neste ano de 2013, também porque o corte no acesso à cultura acabou por marcar presença neste ano terrível que foi 2013, motivo para o qual outras ideias e projectos não tenham sido ainda postos em prática. Ainda assim, marquei presença pelo primeiro ano na Feira do Livro de Lisboa. Contudo, prevê-se que 2014 não seja melhor, embora se anuncie já o regresso aos mercados que irá originar um processo de retoma económica em Portugal. Políticas, como diz o outro, e para as quais tenho cada vez menos paciência.

A nível profissional, 2013 pouco ou quase nada acrescentou ao meu histórico de quase 7 anos ao serviço da Carris, e se a formação dos carros “tipo 700” ou os do “Museu” eram objectivos delineados para este ano, escusado será dizer que não foram alcançados, porque também as acções de formação foram reduzidas, devido à contenção orçamental imposta pelo Estado. A ver vamos se a dita retoma económica permite atingir essas metas em 2014, porque embora todas as condicionantes impostas por esta crise, que me fazem receber cada vez menos a cada mês que passa, ainda continuo a gostar e defender os meus “amarelos”, tal como em 2007 quando procurei dar outro rumo à minha vida profissional, resta apenas saber até quando me permitem fazê-lo.

Mas 2013 também teve algumas coisas boas e obviamente que não me refiro às autárquicas que uma vez mais, voltaram a prometer o regresso do eléctrico 24 ou aposta em novas linhas, porque como sempre, dessas eleições ganham-se apenas novos asfaltos para as ruas que esperam 4 anos para receber novos pisos, permitindo assim aos nossos autocarros melhores viagens. Mas Lisboa ganhou novos espaços em 2013. Em Belém um atrelado da Carris foi transformado numa esplanada – o «Banana Café» e o 28 chegou finalmente ao Castelo, graças à abertura do «28 Café», numa parceria de Nuno Brito e Eunice Brito com o Museu da Carris, que deu origem a um emblemático e acolhedor café onde se homenageia e bem não só a carreira 28, mas o próprio eléctrico como símbolo característico desta cidade de Lisboa.

Mas 2013 não se iria despedir sem antes nos apresentar um renovado Museu da Carris que agora conta também com um espólio e história do Metropolitano de Lisboa dando assim continuidade ao processo de integração de ambas as empresas. Sem dúvida um espaço que deve ser visitado em 2014. O ano que se aproxima, irá também trazer a presença do "Diário do Tripulante" em França, através da reportagem que foi realizada em Novembro passado pela equipa de televisão francesa France 3, através do programa «Mediterrâneo» e que conto trazer-vos também até aqui.

Para 2014 espera-se além de saúde e paz, que seja um ano melhor que 2013, embora as previsões indiquem o contrário. Gostava sinceramente que fosse um ano com menos greves, porque seria um sinal de melhoria e de estabilidade, até porque ao contrário do que muita gente faz questão de anunciar, as greves não só têm impacto no utente, mas também nos próprios trabalhadores que prescindem de parte do seu vencimento para lutar em prol dos seus direitos. Gostava igualmente que em 2014 os media publicassem artigos fundamentados em ambos os lados da barricada, porque publicarem-se textos dizendo que os trabalhadores dos transportes dispõem de telemóveis, cartões de crédito e viaturas, é no mínimo, generalizar um sector cada vez mais dividido, em que quem está a dar a cara é quem menos regalias tem. O telemóvel que tenho é meu e uso-o para comunicar com a minha família, com quem cada vez menos, tenho o prazer de conviver e cartão de crédito tenho um, é meu e não o uso, porque nunca gostei de dar passos maiores que a minhas possibilidades. Viaturas, vou tendo realmente uma por dia e da empresa, mas são as minhas ferramentas de trabalho para transportar milhares de pessoas por dia pelas ruas desta cidade de Lisboa.


Concluindo, quero apenas desejar a todos os amigos, colegas, leitores e seguidores deste blogue, um próspero ano 2014 e que todos os objectivos sejam por vós alcançados, assim como desejo que os meus sejam também. Prometo apenas que em 2014 irei tentar manter este espaço activo, ora com histórias, ora com sugestões ou imagens deste quotidiano marcado por viagens constantes a bordo de veículos que circulam sobre carris ou sobre o asfalto, mas que juntos não passam ainda despercebidos de todos vós. Boas Festas. 

1 comentário:

CR 35 disse...

Então, bom ano de 2014 com novas histórias relatos e aventuras nas casinhas amarelas .....BOM ANO

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