domingo, 3 de novembro de 2013

De França para Portugal com passagem pelo Brasil...

Se há dias atípicos, hoje foi um deles. Quando tudo parece ir de encontro a nós, então o melhor mesmo é tomar uma boa dose de paciência redobrada. Depois das madrugadas que aqui relatei, regressei ao serviço de turismo, pensando eu que ia ter um dia bem mais calmo que os anteriores, contudo nem o facto de ser Domingo na capital Lisboeta, trouxe a devida calma a uma cidade que se viu uma vez mais inundada de turistas. 

A primeira volta decorreu dentro da normalidade já a segunda teve uma paragem pelo meio devido a um acidente entre terceiros. Não houve outro remédio se não esperar e responder às inúmeras questões que os turistas iam colocando, ora sobre o que visitar ora sobre o tempo que poderia demorar a chegar ao local a PSP, para que pudéssemos seguir viagem. E o certo é que houve até tempo para alguns irem provar algumas iguarias no café mais próximo enquanto eu aguardava que chegasse a polícia e tratasse logo da questão, porque a minha hora de almoço aproximava-se a passos largos. 

Resolvido o acidente, finalizámos então a viagem e lá fui almoçar, procurando pela Baixa, um local sossegado para comer e recuperar energias para a segunda parte do serviço. Segunda parte essa que parecia estar reservada para me causar uma enorme dor de cabeça. Na primeira volta mais uma interrupção e claro está, no sítio do costume, junto à pastelaria Cristal na Lapa, cujo nome foi muito mal escolhido, até porque a sua fama é enorme não só pelos pasteis de nata e pelos seus magníficos croquetes, mas também pelos seus clientes que contam só com o seu umbigo. Na minha opinião o nome da pastelaria devia ser mesmo "o parque", porque os clientes não querem saber de quem vem atrás e estacionam o carro de qualquer maneira, desde que fique o mais próximo da porta. 

Mas afinal esta seria uma interrupção ligeira, porque para a última volta estava então guardada a interrupção do dia. Desta feita vinda de França directamente para Portugal e com a "casa" às costas. Ora turistas franceses decidiram estacionar a auto-caravana na Rua dos Fanqueiros, onde não faltam sinais de alerta para os limites de estacionamento. Sendo a viatura demasiado larga, impedia a passagem dos eléctricos articulados da carreira 15E e por arrasto, a passagem da carreira 12E e do meu turístico. 

Informei-me no local do que se passava e do tempo previsto que é nestes casos, sempre muito relativo. Contudo a dimensão da viatura que impedia a passagem, levava-me a crer que ia demorar. Informei os passageiros, mas eles estavam confiantes numa rápida resolução. Um turista brasileiro, pergunta-me então quanto iria o tipo pagar pela multa e como era o procedimento. Perguntou-me também se era normal por cá este tipo de situações. Disse-lhe que sim, e a vendedora das castanhas que ouvia a pergunta também, concluiu... «é aqui e é em todo o lado! Ninguém respeita ninguém homem!»

Alguns aproveitavam para tirar fotos com o bondinho, já outros começavam já a perguntar como podiam reaver o dinheiro do bilhete porque não tinham tempo para voltar nem para esperar. A certa altura já começava a falar inglês e terminava em francês dada a confusão gerada por todos ao mesmo tempo a quererem uma solução que estava longe de ser resolvida, até porque o reboque que tinha chegado, mostrava-se incapaz de rebocar a viatura, como aliás já tinha comentado. Dois casais espanhóis pedem-me uma sugestão para um bom restaurante e no minuto imediatamente a seguir, uma senhora que já estava há algum tempo na paragem junto ao eléctrico 15E, dirige-se a mim perguntando o porquê dos eléctricos não andarem. 

Explico-lhe o porquê e revoltada a senhora questiona-me se não achava que «devia estar ali alguém da Carris a avisar?», não lhe tirei a razão, mas fiz-lhe ver que não seria por gosto que os eléctricos estavam parados e que todos os passageiros se aperceberam do sucedido, menos ela. Contudo eu estava no último eléctrico e tinha 4 eléctricos na minha frente, não consegui perceber o porquê de vir ter comigo, confesso. Até porque lá na frente as notícias chegariam mais rápido. E lá foi ela em direcção do carro do "Controlo de Tráfego", para expressar o seu descontentamento. 1h15 minutos depois foi reposta a circulação e tudo graças à PSP que uniu forças para colocar em cima do passeio a auto-caravana, para que os eléctricos pudessem passar, porque o reboque esse era incapaz de remover a dita. 

E tudo isto no dia em que até o terminal dos turísticos foi mais procurado pelo facto de ali por perto estarem a gravar um filme brasileiro, com o eléctrico a ser uma das estrelas do filme, numa cidade que é cada vez mais procurada pelos realizadores de todo o mundo. 

Mas por falar em Brasil, não quero deixar de partilhar com todos os leitores, um vídeo brasileiro, que foi gentilmente enviado por um dos seguidores deste Diário do Tripulante. Proponho então uma viagem até ao Brasil, mais precisamente até ao Rio de Janeiro, onde muitas diferenças se tornam em enormes semelhanças, como prova o texto e documentário dirigido pelo realizador Jean Manzon nos anos 1950. 



O Diário do Tripulante agradece ao Hígor de Oliveira, que de Campinas nos enviou este link. 

1 comentário:

CR 35 disse...

Será que é preciso retirar o PRESIDENTE do gabinete e obrigá-lo a andar nas ruas durante dois meses para ver as asneiras que cometeu e teima em cometer?

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