Já devem ter reparado que pouco se tem escrito por aqui. Não porque não haja nada para contar porque numa profissão como a minha há sempre que contar, mas se algumas das situações acabam por se tornar já repetitivas porque os anos passam e as pessoas não mudam, o certo é que o tempo tem sido cada vez menos para colocar na rede as aventuras e desventuras do dia-a-dia. Com a ideia de aprender checo, ideia esta que poucos se lembrariam, solicitei dois dias por semana horários compatíveis com as aulas que decorrem na Cidade Universitária, e a direcção da minha estação acabou por ceder ao meu pedido. Contudo o que à partida parecia fácil nem sempre é, porque acordar ás 4h20 para estar na estação às 5h30 para poder sair às 16h00 a fim de estar nas aulas das 18h às 20h é sem dúvida uma "maratona" que é percorrida por quem corre por gosto, mas por quem chega ao final da semana completamente de rastos.
As semanas têm sido portanto mistas no que a horários diz respeito, ora médias, ora madrugadas e misto tem também sido o tipo de veículo do serviço ao longo da semana. Ora nos carris, ora no asfalto, de eléctrico ou de autocarro, o serviço tem andado pelas Colinas, 28E e 15E.
E para a história desta semana não posso deixar de vos relatar a situação com que me deparei na Praça do Comércio na madrugada de ontem, quando perto das 5h50 um casal chinês manda-me parar rumo à Praça da Figueira e me questiona como iam para o Castelo, ou seja qual o transporte que tinham de apanhar. Não sabia se havia de rir ou chorar, porque se aquela é uma pergunta à qual já estou habituado, o certo é que ainda não a tinham feito em plena madrugada, quando o Castelo nem sequer está aberto, e sobretudo quando eu dava tudo para estar a dormir e me deparava com alguém que de férias acordou cedo para visitar o Castelo. Lá acabei por lhes encaminhar para a terceira rua paralela à Praça do Comércio e lá foram eles todos contentes com o seu guia de viagem com caracteres que obviamente não consegui decifrar mas que aposto, queria algo dizer Lisboa.
Lisboa esta cada vez mais multi-cultural e cada vez mais, uma cidade que realmente não dorme. Hoje o dia ficou então marcado pela manifestação "Que se lixe a Troika" que acabou por interferir com o serviço. Aguardava então ordens superiores, com o eléctrico fechado em plena Praça do Comércio estando junto da bilheteira. Quando olho para o eléctrico tinha já a porta aberta e os bancos repletos de turistas à espera da partida como se fossem aqueles bancos de jardim, de acesso livre. E assim vai o reino de quem nos visita, que até podem ter muitos euros na carteira, mas que têm cada vez menos respeito por quem por cá vive e trabalha. Será que por lá em terras de suas majestades também se abrem as portas de casa e pode-se entrar à la garder? ...
Este domingo muda a hora, o que permite mais uma hora de sono que tanta falta tem feito nesta semana que termina apenas na segunda-feira. E acreditem, nunca desejei tanto que fosse segunda-feira. E esta hein?
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