Depois de semanas após semanas, praticamente no serviço de turismo, ou na 15E entre Algés e Praça da Figueira, eis que este sábado regressei à mítica 28E. Com um serviço daqueles que dá para ver o dia a nascer e o anoitecer, mas recheado daquelas perguntas castiças e muito afoitas de quem visita a nossa cidade como se não houvesse amanhã. Com saída e recolha a Santo Amaro, calhou-me o 571 o tal eléctrico que conta já com uma nova bandeira de destino ainda em fase de testes para a carreira 12E com a inscrição bem grande «Castelo». Mas hoje o serviço era mesmo na 28E por isso toca de rodar a bandeira para a Estrela.
Na verdade só mesmo o 28E consegue proporcionar viagens únicas e hilariantes, com muitos prazeres na passagem pela Estrela e sempre com muita graça à mistura, sobretudo quando um casal italiano me pede um bilhete a quatro paragens do terminal e mesmo avisados que a viagem terminaria quatro paragens após, assim como o respectivo bilhete, decidem pagar e seguir viagem. Chegados à Estrela, anuncio o terminal e solicito que abandonem o eléctrico, o que se torna sempre numa tarefa bastante complicada, porque ao mesmo tempo que uns se levantam, outros, aproveitam de imediato para se sentarem... ainda que por pouco tempo.
Recomeça nova viagem rumo à Graça e de novo o casal italiano que pretende usar o mesmo bilhete. Explico-lhes uma vez mais que o bilhete já não era válido tal como tinha explicado no acto da compra. Mas eles insistem e dizer «non capisco». Como também capisco pouco da língua deles, lá lhes faço quase um desenho através da linguagem gestual que é só para a viagem, em que se compra, até que decidem então pagar mais 5.70€ para voltarem à Baixa.
Chegava então a pausa para almoço, e como o tempo era mais para um "almoço alancharado", nada como um café no 28café.lisboa, pois tá claro.
Regresso para a segunda parte e mais uma viagem até à Graça sempre cheio, como já é hábito naquela carreira. A Feira da Ladra concorrida, é sempre um ponto de paragem obrigatória aos sábados, ora para entrada, ora para saída de passageiros. Mas hoje houve também direito a paragem e manobras no estreito das Escolas Gerais, porque o semáforo decidiu fazer das dele...
Mas eis que chegaria a pergunta do dia, após mais uma viagem rumo à Estrela. Perdidos no mapa, uma família brasileira, pede-me que lhes indique no mapa onde estávamos. Esclarecidos perguntam: «Tá, e agora moço, me diz como faço pr'a chegar no Oceanógrafo de Lisboa... por favor?» E lá tive por instantes conter-me e chegar à conclusão que o que eles deviam querer visitar era mesmo o Oceanário, porque duvido que conhecessem o velho animatógrafo do Rossio.
Afinal de contas, animação não faltou ao longo do dia neste constante subir e descer das colinas com o 28E sempre cheio de turistas que apressados tentam a todo o custo entrar no eléctrico, nem que para tal façam uma corrida de 50 ou 100 metros, com um grande espalhanço pelo meio. Pelo esforço demonstrado até decido esperar para compensar a queda, mas o marido da jovem em causa, manda-me seguir que vão no próximo. Afinal de contas não vale a pena correr, porque isto ainda não é como na aldeia lá do meu pai onde passa um autocarro de manhã e um à noite. E assim vão as viagens pelos carris da espectacular 28.
1 comentário:
Sempre concorrida a 28 tanto em piadas,como em pessoas.Mas é pena não valorizarem também as outras carreiras ,sempre aliviava e era um percurso diferente.Boas viagens
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