domingo, 4 de agosto de 2013

Eis o mês de Agosto nas Colinas de Lisboa!

Longe vão os tempos em que Agosto em Lisboa era sinónimo de calma e ruas vazias. Em que os turistas, pareciam ser os únicos habitantes de uma cidade que via seus habitantes rumar para outras freguesias. Os transportes também eles em número mais reduzido, limitavam-se a estabelecer ligações a quem não tinha hipóteses de gozar férias ou a quem não tinha outro remédio se não passear em Lisboa num transporte público. Os tempos mudaram, assim como os hábitos de quem vive uma crise da qual não se avista fim. Não se vai para outra freguesia e as férias são passadas em Lisboa com idas à praia ou ao parque. Com idas ao cinema ou ao teatro, ao museu ou ao centro comercial e num instante estamos transformados em turistas de pé descalço. 

Mas este início de mês de Agosto continua no entanto a mostrar que é o mês eleito pelos nossos emigrantes regressarem às suas origens, e se muitos aproveitam o regresso ao país para conhecer a capital, outros há que preferem vir à capital para mostrar as suas roupas de marca, os seus telefones topos de gama e uma arrogância adquirida em terras alheias, querendo igualmente fazer de quem por cá continua a lutar contra a crise, de parvos. 

Já diz um velho ditado que "roupa cara não cobre educação barata" e o certo é que muitos julgam-se donos e senhores de uma razão que não têm. Ora porque só querem tirar uma fotografia aqui e acolá, ora porque querem dar uma volta no eléctrico das colinas e acham demasiado caro, deixando as bocas da praxe... «Pois devem querer que nós paguemos a crise», como se fosse-mos nos os tripulantes a estipular o preço do serviço prestado. 

Depois a juntar-se aos que chegam e que já nem português querem falar, há os nossos turistas portugueses que estão em número crescente, seguindo a máxima do "vá para fora, cá dentro", o que acaba por originar sempre situações caricatas como a de hoje quando abro a porta no Largo do Camões e o senhor diz-me «dê-me lá três bilhetes dos baratinhos porque somos portugueses...» e lá lhes disse «pois assim sendo são 54 euros!» E lá pensou o senhor que eu estava a brincar, esticando-me a mão com 10 euros. Expliquei-lhe então que era um circuito turístico e daí o preço em questão, sendo o bilhete válido por 24 horas. E eis a resposta mais dada quando chegamos a este ponto. «Ah, ta certo, mas não temos tempo para isso tudo. Não compensa. Obrigado.»

E amanhã é outro dia e com outro serviço. Com um regresso aos alugueres para quebrar o ritmo. Uma boa semana para todos!

1 comentário:

Flor disse...

Turismo de pé descalço não!!! Agora é de chinelo no pé.

Eu pude constatar que felizmente estão muitos estrangeiros em Lisboa. Quanto aos emigrantes infelizmente é assim. Melhoraram de vida (alguns) mas a educação piorou. O melhor é não ligar e fazer ouvidos mocos. Aquilo é tudo complexos. São estrangeiros lá e no seu proprio país.

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