Et Voilá... Acabaram-se as férias de Verão. Acabou-se o acordar tarde porque a cama convida a mais um pouco. Chegou ao fim o período em que andamos quase sempre sem olhar para o relógio. Acabou-se o passeio, enfim tudo o que era bom acabou-se com o regresso de hoje ao trabalho. Óbvio que nos tempos que correm, também é bom voltar ao trabalho, pois é sinal que o temos numa altura em que a taxa de desemprego bate recordes. Hoje cá por casa voltou-se a ouvir o som do despertador, voltou a azáfama matinal e claro voltei a olhar para o relógio porque nada como chegar com calma e tempo à estação porque «de pressa e bem não há quem...»
E nada melhor que um regresso à emblemática e famosa carreira 28E que anda sempre nas bocas do mundo quer por andar sempre cheia de turistas, quer pelo seu percurso emblemático percorrendo as colinas da cidade. O primeiro dia após as férias custa sempre um pouco é certo, mas até encarei este regresso com bons olhos e com vontade, apesar de reconhecer que voltava novamente para férias. Agora a vez é de outros que ainda não tiveram essa oportunidade. Longe das polémicas em torno das águas que abalou este mês de Julho ora na Costa ora na Linha, o certo é que lá fui em direcção ao Martim Moniz já depois de sair de Santo Amaro, cruzando-me com transeuntes que transportavam debaixo do braço a toalha ou o chapéu de sol, e eu a pensar que o sol esse só o iria ver pela janela do eléctrico e lá mais para a tarde, até porque a manhã começou cinzenta.
Já na 28E e ainda com o desvio devido às obras na R. Angelina Vidal, cores era o que não faltava num eléctrico repleto de turistas onde poucos eram os que falavam a língua de Camões. Mas se há coisas que por muito passem dias e meses e até mesmo anos, não mudam, são as perguntas dos turistas, mas daquelas que têm a resposta em todas as paragens por onde passa o 28, ou seja a paragem do Castelo. E o mesmo acontece com a chegada ao terminal, seja na Estrela ou nos Prazeres quando não querem abandonar o eléctrico. Se os que estão de pé até saem, outros continuam a desfrutar do assento do eléctrico como se estivessem no areal da praia e como se eu fosse um dos nadadores-salvadores a transmitir-lhes que não podiam ir para a água que eles iriam na mesma. Repito então em várias línguas para que não hajam dúvidas. Final... Finish... Terminus... Capolinea... e eis o momento em que se desatam a rir como se de uma piada se tratasse.

Lá lhe disse que os autocarros não são perigosos, até porque os tripulantes da carris cumpriam os limites de velocidade. A jovem sorriu e disse que sabia perfeitamente mas queria referir-se a outros perigos. Ora também eu tinha percebido perfeitamente mas como achei graça à pergunta, decidi então deixar a moça mais à vontade dizendo-lhe depois que não havia problema em transportar-se naquela carreira, o que a deixou certamente mais descansada, pois dizia-me também que não estava muito habituada a andar à noite na cidade e estava então explicados os receios demonstrados, num dia em que o cansaço acaba por voltar até porque o corpo já não estava habituado à rotina diária mas sim à rotina das férias que serviram sobretudo para recuperar energias até às próximas que serão lá para Dezembro...
E assim vão as viagens pelo 28E com turistas, clientes habituais e claro está os nossos estimados emigrantes que não perdem a oportunidade de voltar ao país que os viu nascer, para mostrar aos que já nasceram além fronteiras que por cá também há muita coisa bonita de se ver. E esta hein?!...
2 comentários:
Viva a roda! eu quando ando na net farto-me de ver eléctricos nas principais capitais mundiais ou cidades "grandes" .A minha questão é? mas que tem de especial as casinhas amarelas?
Bom regresso ao trabalho Rafael.
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