terça-feira, 21 de maio de 2013

Outra vez o 24... outra vez em vésperas de Autárquicas

Hoje voltei ao trabalho, após uma semana de pausa. Com o regresso marcado para a carreira 28E, onde a procura por parte dos turistas continua em alta, mais parecia que tinha chegado a um país estrangeiro porque fala-se cada vez menos português numa viagem a bordo do eléctrico mais procurado de Lisboa. Mas ainda na véspera deste regresso aos carris, saiu uma notícia no jornal "Diário de Notícias", que volta a colocar em destaque o tão falado regresso da carreira 24E, que tarda em concretizar-se.

Não deixa contudo de ser curioso que durante as Autárquicas de 2009 este tenha sido um dos temas abordados, ao mesmo tempo que se prometiam mais eléctricos em Lisboa, incluindo a expansão da rede até à Alta de Lisboa. Mas o 24, suspenso desde 1996, já teve o seu regresso anunciado várias vezes, mas sempre sem se concretizar. Pelo meio, vários diferendos entre a autarquia e empresa que gere a rede de eléctricos na capital, fazendo assim, com que o tema em redor do eléctrico de Campolide, não passe de uma bandeira de cartaz político.

Ora com eleições autárquicas à porta o tema parece ganhar novamente destaque na imprensa e desta feita, anunciando vontade da autarquia no seu regresso. A Carris diz não ser uma prioridade até porque o eixo é já servido por autocarros. A falta de material circulante é também uma barreira para tirar este projecto do papel, porque há anos que o governo português não aposta neste meio de transporte amigo do ambiente, ao contrário de outros países europeus. A tudo isto não podemos claro está, deixar de parte a crise que se agravou, obrigando a cortes significativos, que se vão reflectindo diariamente.

Ainda assim, os projectos da Frente Tejo/CML para a renovação do eixo Cais do Sodré/Corpo Santo, apresentam as linhas para o eléctrico 24, prevendo-se assim que esta seja uma vez mais uma bandeira de cartaz político para as eleições que se seguem, até porque António Costa, o presidente da autarquia lisboeta, sabe bem o carinho que os lisboetas nutrem por este meio de transporte. 

O certo é que esta era uma linha com um enorme potêncial turístico e que podia aliviar um pouco a saturada 28E, mas como afirma também a Carris, o seu regresso não depende apenas da transportadora, dado que teria de ser reordenado o estacionamento no Príncipe Real, assim como obras nas vias férreas e aérea.

5 comentários:

CR 35 disse...

Como podem prometer uma coisa que não é deles? usem outros argumentos para serem eleitos ou então cheguem-se à frente com verba para pôr alguns eléctricos construídos de raiz para isso.

k disse...

Qualquer investimento necessita de dinheiro. Sempre algum dinheiro. Mas o facto é que a desculpa de dizerem que essa linha já é servida por autocarros... é muito esfarrapada no meu entender. Bastava encurtar o 758 a Campolide ou às Amoreiras e o caso estava resolvido. Os carris e a rede aérea realmente precisa de algum arranjo mas de que estavam à espera? Com tanto trânsito a passar ali, falta de manutenção e querem milagres? Material circulante... acredito que seja pouco, mas se calhar há muitos arrumados a um canto que podiam ser recuperados. Mas saberás melhor que eu certamente. Ainda tenho esperança nesta vida de ir até ao Cais do Sodré de eléctrico... Acho que até deixava de apanhar os TST no Oriente e apanhar o barco só para poder andar de eléctrico todos os dias...

Anónimo disse...

Se eu não estou enganado, o sistema de caminhos de ferro e eletricidade já foi concluído, faltam mesmo os bondes... Seria magnífico!

efcm disse...

A câmara que promete o regresso do 24 é a mesma que garantia que acabava com o estacionamento em 2ª fila...

Uma pergunta que possivelmente o Rafael não sabe a resposta, mas o custo de operação de um eléctrico não é mais baixo que o de um autocarro?

É que com o custo do Gasóleo sempre a subir, deve ser mais barato colocar os eléctricos a andar em vez de autocarros.

Os eléctricos tem custos de manutenção dos carris e dos fios que os autocarros não tem, mas os motores eléctricos quase não precisão de manutenção ao contrario dos diesel.

Espero que alguém já tenha feito as contas na Carris, para saber em quanto tempo pagavam a construção dos eléctricos.

Rafael Santos disse...

Caro efcm,

Agradeço o seu comentário. De facto quem promete o regresso são os mesmos e o desfecho também deverá ser o mesmeo. Quanto à questão que coloca, o grande problema no que diz respeito aos custos operacionais, embora não saiba números concretos, infelizmente os eléctricos acabam por ter custos superiores no que diz respeito às infra-estruturas, porque quanto aos motores é como diz, pouco sofrem a nível de manutenção. No entanto o calcanhar de aquiles dos eléctricos são os compressores.

Obviamente que a construirem-se novos, teriam de optar por tecnologias de ponta e a longo prazo teriam os custos assegurados.

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