Mais
um ano passou e hoje completo 6 anos de Carris. A 7 de Maio de 2007 entrava nas
instalações da Carris em Cabo Ruivo, para dar início ao curso de motoristas,
depois de afastada a possibilidade de me tornar guarda-freio. A vontade enorme
em mudar o rumo a uma carreira profissional que tinha escolhido no mundo da
televisão, mas que me deixava a maior parte do tempo sem trabalho, aliada à
minha prestação numa loja de roupa masculina durante 5 anos, fez com que
arriscasse e me inscrevesse na Carris.
Tive
a sorte de ser um dos candidatos seleccionados e de poder representar uma empresa
que este ano completa 141 anos de vida, ligada à história dos transportes e da
própria cidade de Lisboa. O gosto que nutria pelos meios de transporte,
nomeadamente pelos eléctricos, fez-me sentir como peixe na água e era com
grande gosto que passava a vestir a farda azul da Carris.
Estive
os três primeiros anos na estação da Musgueira, o que me permitiu conhecer
melhor, zonas da cidade que até então desconhecia. Um ano passava e parecia ter
encontrado a estabilidade que tardava em aparecer no mercado audiovisual. Mas o
bichinho do jornalismo sempre ficou e
com muita ironia à mistura, em Agosto de 2008 nascia este espaço ao qual dei o
nome de «Diário do Tripulante», fazendo jus ao que os formadores me tinham dito
nos primeiros dias da formação inicial na Carris. Pois muitas histórias iria
ter para contar.
Observando
o quotidiano a bordo dos autocarros amarelos fui registando situações que em
muitos dos casos, contadas ninguém acreditaria. Constatei factos e vi que as
pessoas teimam em perder velhos hábitos. Surgiu em meados de 2009 a confirmação
de um pedido que tinha feito por escrito à administração da Carris. Tinha sido
aceite o meu pedido de transferência para a estação de Santo Amaro, onde
passaria desde Janeiro de 2010 a desempenhar as minhas actuais funções:
Guarda-freio.

Hoje
passam 6 anos e muita coisa mudou desde que entrei na Carris. A crise
instalou-se em Portugal e consigo trouxe inúmeras consequências quer pessoais,
quer profissionais no dia-a-dia de quem se transporta e de quem faz
transportar. Estados de humor menos vincados mas um espírito de sacrifício do
qual só nós nos podemos orgulhar. Apesar de tudo, continuo a gostar daquilo que
faço e de representar uma marca com uma história única no sector dos
transportes. Faço o que gosto e ainda me pagam para tal. Se bem ou mal, já é
outra nota de quinhentos, mas acreditem que é óptimo quando fazemos o que
gostamos e isso sim é o mais importante.
E
assim espero continuar a transportar pessoas, em viagens pelas ruas de Lisboa,
esperando ter como até aqui matéria para dar a conhecer aos leitores deste
espaço e do livro que foi editado no ano anterior e que continua à venda e a
dar a conhecer como é afinal ser tripulante numa empresa de transportes
públicos numa cidade como Lisboa.
[n.d.r.: Foto autocarro de: Pedro Almeida e eléctrico de: Bernardo Rafael]
[n.d.r.: Foto autocarro de: Pedro Almeida e eléctrico de: Bernardo Rafael]
1 comentário:
Quero deixar aqui os Parabéns pelo blog ,pelo livro,pela camaradagem e pela permanência nesta grande empresa de transportes de ferro e borracha.Sem as vivências no dia a dia com o público, não haveriam situações ,umas caricatas, outras desagradáveis e as mais importantes as engraçadas.Boas viagens a bordo dos amarelinhos e sempre à espera para abrir a página para mais uma "história" decorrida por essa Lisboa.
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