quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Estacionamento vs Validação: Como eles dizem... «É sempre a mesma coisa!»

Passou o Carnaval, foi-se embora a folia e regressou o trabalho. Mas muitos deverão certamente ter tirado alguns dias de férias nesta semana, porque o movimento que verifiquei durante o dia de hoje voltou a ser baixo, ou então será consequência do desemprego que tem vindo a aumentar de dia para dia. E o serviço que comecei na Estrela, na carreira 25E, começava com a colega que rendi, a informar-me de uma longa interrupção em Santos que obrigava a carreira a ser desviada pela 28E no sentido ascendente. Ao que parece a interrupção já durava desde as 11h00 e estava-mos já perto das 14h00.

Uma carrinha de caixa aberta impedia por centímetros a passagem do eléctrico, perturbando assim e uma vez mais os passageiros da 25E, que já vão estando habituados a estas situações, apesar de continuarem sempre a usar o guarda-freio como livro de reclamações de algo que não está de todo, ao nosso alcance. Dirigia-me então para a R. Alfândega e lá assisti à interrupção, onde estavam os dois eléctricos desde manhã, à espera do dono ou de um reboque que conseguisse remover dali a carrinha. Mas com a minha chegada ao terminal, chegava também a indicação de "Percurso Livre", por parte do controlador da carreira. Fui então o primeiro eléctrico após a interrupção e diga-se que, foi a única viagem que tive hoje, com o eléctrico composto.

Se uns entravam e sentavam-se querendo chegar rapidamente ao destino, outros havia que queriam saber o porquê de tanto tempo de espera... «É sempre a mesma coisa!», queixava-se um dos passageiros. E na paragem seguinte lá estava a passageira que todos os dias faz pelo menos 2 viagens na carreira, apenas por lazer. Costumo até dizer que aquela senhora tem lugar cativo e hoje quando entrou, falou pela primeira vez comigo, além do «bom dia» ou «boa tarde» com que costuma saudar ao entrar. «Finalmente temos eléctrico para subir. Hoje estava difícil de chegar o reboque!», dizia-me com grande satisfação, provando que afinal nem só os que iam para o trabalho se queixavam pela falta do eléctrico. 

Dali em diante não tivemos mais nenhuma interrupção e o dia lá decorreu dentro da normalidade até ao final, mas não sem antes dar um jeitinho, para que uma passageira conseguisse apanhar o 714. «Senhor Guarda-freio, veja lá se me dá um jeitinho para eu ver se consigo apanhar o 714 que vai aí à frente», pedia-me a senhora em questão. A missão que ela pretendia concretizar não era fácil até porque já com o sol posto e poucas pessoas nas paragens, a probabilidade do autocarro parar era reduzida e do Elevador da Bica a Santos, tudo parecia querer contrariar a senhora que lá conseguiu apanhar o 714 após sair do 25E e ter dado uma corrida, como se não houvessem mais autocarros, ou se a frequência fosse idêntica à de uma aldeia do interior. Situação que não tardará muito a acontecer se os passageiros continuarem a ignorar a validação do título de transporte, como tem acontecido e cada vez mais, nos últimos dias.

3 comentários:

CR 35 disse...

Depois de casa roubada ....trancas na porta!por mais avisos,panfletos que se ponham nos transportes o Português só vai reclamar no final,já é tarde.Naquela zona deviam pintar o chão de amarelo para dizer que ali passa um eléctrico ou então acabar com o estacionamento.

transportes online disse...

Caro Rafael, um assunto que me intriga a propósito da validação do título de transporte:

-Porque motivo, quando os passageiros não validam o título, quer entrando directamente para a retaguarda, ou validando vermelho, os motoristas não dizem nada?
Talvez se chamassem a atenção como fazem na Vimeca ou RL, os passageiros se habituassem. Seria dificil no inicio, mas quando os clientes estivessem habituados a que não podiam entrar sem bilhete toda a gente passava a validar como acontece nos outros operadores rodoviários. É necessário criar habituação, algo que a Carris ignora!

Rafael Santos disse...

Transportes online,

A fiscalização cabe aos agentes de fiscalização e não aos motoristas. A realidade vivida no privado é bem diferente daquela que se vive no sector público, como tal os passageiros são responsáveis pela não validação e são eles próprios que ficam a perder.

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