quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Na 15E: Quando um articulado se torna atribulado...

Se enquanto motorista já tinha tido experiência em conduzir fechado numa cabine, agora chegou a vez de tal situação se repetir, mas de eléctrico. Há diferenças? Há... e muitas! Se nos autocarros a cabine do motorista está lado a lado com os passageiros em frente à porta da entrada, já nos eléctricos articulados, a cabine está na frente do veículo, e à frente dos passageiros. 

Ao contrário dos autocarros, nesta cabine, não temos contacto com os passageiros e bilhetes só se vendem nas máquinas de venda que estão no interior do eléctrico e com moedas, como dizem os vários avisos nas portas e no interior dos eléctricos. Parece simples, não é? Mas não é! Pois no primeiro dia na carreira 15E, bastou uma ida a Algés para logo na viagem seguinte ter alguém a bater à porta da cabine para comprar um bilhete. Seguiu-se uma rápida explicação que teria de ser comprado na máquina e com moedas. Mas de imediato surge um pedido de troco de 10 €.

Mais rápidos e confortáveis que os tradicionais eléctricos, estes que circulam na 15E funcionam com mais tecnologia, o que nem sempre ajuda, nomeadamente quando as portas decidem deixar de trabalhar, como uma forma de revolta pelas inúmeras vezes que são forçadas pelos passageiros que se chegam mesmo a apoiar nelas para subir ou descer do eléctrico. E se de quatro portas passamos a trabalhar só com duas, então temos o dobro do tempo gasto em cada paragem, o que ao fim de umas quantas paragens já se torna um transtorno para alguns. Assim foi também na terça-feira quando cheguei ao Cais do Sodré com destino à Praça da Figueira.

Parado a aguardar a saída de todos os passageiros, sou chamado à atenção já do lado de fora da cabine e com um valente murro no vidro, por um senhor que exaltado dizia já ter perdido o barco por minha culpa. Acredite que fiquei a olhar para o senhor sem qualquer tipo de reacção, e nestas situações talvez seja mesmo o melhor a fazer. Pensava o senhor que eu demorava nas paragens por gosto. Ficou também provado que o stress continua a vencer tudo e todos e esse senhor não escapou.

Outra das situações com a qual já me deparei, foi com o facto dos passageiros pensarem que somos nós que fechamos as portas. Se estão a entrar no momento em que a porta se fecha e levam um encosto da dita cuja, então começam logo a gritar «estás parvo ou quê? Não vês que ainda estou a entrar?»

Fica então o esclarecimento para todos os que usam a carreira 15E. As portas são accionadas através de botões através do qual o guarda-freio, apenas autoriza ou impede, digamos assim, a utilização das mesmas. Quer isto dizer que são os passageiros que as abrem e são uns sensores infravermelhos que detectam movimentos que as fazem fechar. E quanto a "jeitinhos", o melhor mesmo é deixá-los para os tradicionais amarelos porque nestes, um jeitinho à porta, multiplica-se por quatro e afinal de contas no metro e Lisboa, também não pede jeitinhos, certo?

Boas viagens a bordo dos veículos da CCFL.

5 comentários:

CR 35 disse...

IRRRRA! eu acho piada que no metro não fazem nada disso e se querem reclamar ....contra uma parede !que o tripulante mete logo a paralelos e deixa-os a falarem sózinhos .De facto era bom que mudassem o sistema de portas porque parecem ser muito frágeis o sistema que as fecha (Instituto superior técnico).Quanto ao cavalheiro que perdeu o barco ....tem outro a seguir ,porque lá no trabalho dele também quando falta um minuto para fechar, fecha a portinha e quem quiser que venha no dia a seguir, aqui é mais grave ,porque é um dia e o barco dista do outro 10,15,20,minutos.Boas viagens e nada de entaladelas que fazem um homem ficar elegante!

Anónimo disse...

Como funciona exactamente esse sistema de abertura de portas? Ao chegar a todas as paragens o guarda-freiro "dá autorização" para as portas se abrirem? É isso?

argumentonio disse...

esclarecedor!

ainda não experimentei os novos!!

quanto aos tradicionais, ofereço uma dica: há uma exposição de fotografias na Colorfoto, em Alvalade (Av. da Igreja) intiulada "20 sentados, 30 em pé", a não perder!!!

;_)))

Anónimo disse...

bem vindo a alges... a carreira onde predomina a ignorancia daqueles que masi nada fazem que é sair e entrar e alges e voltar à figueira como se nao fizessem mais nada diariamente e repetidamente e ficando entalados nas portas constantemente e se preciso em cada paragem que sempre que entram ou saem. sempre fui da opinião que a porta atras do guarda freio deveria ser opaca porque apesar de ser transp+arente quando estamos a conduzir as pessoas teimam em bater na porta como se fosses a ler o jornal e o electrico desfilasse sozinho pelas ruas....bgem vindo ao mundo dos articulados rafito....

Rafael Santos disse...

É isso mesmo caro Anónimo, de 16 de Fevereiro de 2012 23:47.

Cumprimentos.

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