terça-feira, 10 de janeiro de 2012

A simpatia da turista de Curitiba no país do papel...

Depois da excelente passagem por Madrid, onde tive a oportunidade de conhecer não só a cidade, como também toda a sua rede de transportes, eis que estou de volta aos carris de Lisboa e ao contacto com os turistas. Se o regresso ao trabalho foi assinalado com um serviço na carreira 25 onde reencontrei um dos leitores brasileiros assíduos deste blogue, que está de novo em Portugal, hoje andei no circuito eléctrico das colinas, no conhecido serviço turístico da Carristur.

E imaginem o que é receber ao final da tarde, uma turista oriunda também ela do Brasil, mais precisamente de Curitiba, com uma simpatia e cultura geral que deixa qualquer um rendido à conversa. Explicado o circuito pela promotora de serviço na Praça do Comércio, lá seguimos pelas ruas estreitas de Lisboa, para contentamento da turista que segundo disse, gosta de se aventurar pelo mundo das viagens. Sai do seu país com um destino e sabe que tem uma data para voltar. Pelo meio, tudo é planeado a cada chegada, ou seja, viaja pela Europa sem destino. 

Para Lisboa reservou uma semana e diz-se satisfeita pela opção, porque chegou de França, país que segundo ela, espera não voltar. «Comi mal p'ra caramba e não gostei de nada!», desabafava. Já quanto a Lisboa «é muito legal, gente simpática, comida boa e uma história espalhada pelas ruas...» Amante e escritora de poesia, pergunta-me onde fica a casa de Fernando Pessoa e conta-me algumas das peripécias que já teve pela longa viagem por esta Europa fora. A última viagem do dia do circuito, parecia estar reservada para ela e a meio da viagem, já nem queria escutar o áudio-guia, porque o que interessava mesmo saber, era o que melhor se podia tirar desta cidade e arredores. Sugeri-lhe alguns restaurantes e museus que devia visitar, pois na verdade ela tem de levar as melhores recordações de Lisboa.

Fascinada com o "bondinho", dizia não cansar-se de viajar colina acima, colina abaixo e na despedida deixou a promessa que amanhã vai querer voltar a andar de eléctrico e que quando chegar ao Brasil vai querer conhecer o "Diário do Tripulante", porque «certamente que vou encontrar boas histórias de quem lida com turistas. Pois se eu que estou em trânsito tenho tanta coisa p'ra contar, imagino você», dizia acrescentando que Lisboa ia ficar juntamente com Veneza nas suas cidades eleitas como favoritas. E quando assim é motivo para nos orgulhar-mos do que temos por cá. Pois da minha parte foi um prazer conhecer esta turista, que não só alegrou a tarde, como partilhou um pouco do que já conhece por esse mundo fora. 

E impossível de esquecer será também a expressão inicial quando se aproximou do eléctrico e lhe foi explicado o circuito de Fátima.  Pois já tinha ido a Sintra e já tinha feito os circuitos de autocarro e pelo meio já tinha visitado alguns monumentos e onde ia entregavam-lhe um papel, o que lhe deixou indignada. «Puxa cara! Aqui em Portugal vocês têm tesão do papel. Todo lado que você vai, lhe dão um papel. Tou cansada de jogar papel no lixo...» 

Não deixa de ter razão...

1 comentário:

CR 35 disse...

Como será no estrangeiro ? não há panfletos? mas também não lhe tiro a razão em certas coisas,somos adeptos da tecnologia mas ainda não a exploramos a cem por cento .Bastava por um LCD junto ao Vermelhinho com um mini filme do trajecto das carreiras de turismo ,assim era papel que não tinha que deitar no caixote .

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