terça-feira, 21 de junho de 2011

Quando a estupidez não tem limites, corre-se o risco de se ficar entalado!

Portugal já foi a votos e já elegeu um novo governo. O Santo António já lá vai e da crise já não se ouve falar tanto, mas que as pessoas voltaram a estar insuportáveis, isso é garantido. E se a tudo isto juntar-mos uns quantos turistas, que encantados com Lisboa querem ver tudo como se o mundo fosse acabar na hora seguinte aliados a umas quantas interrupções então temos o «caldo entornado» na carreira 28E.

Foram-se a maioria dos arraiais, o cheiro da sardinha assada e os sorrisos e boa disposição deram lugar a rostos mais cerrados, vozes rabugentas entre outras coisas mais. Pelo meio das perguntas habituais sobre o Castelo, sobre Alfama ou o Chiado, lá tem de aparecer alguém que não nos ajuda em nada a minimizar as consequências de um dia repleto de interrupções naquela que é a minha carreira favorita, mas também aquela em que hoje até tinha pago para não andar por lá.

Uma interrupção nas Escolas Gerais obriga-me a fazer uma manobra na R.Conceição, deixando quem ia com mais pressa ali mesmo, e outros mais em passeio, com direito a uma volta extra à Praça do Comércio. Em voz alta informo do sucedido, todos permaneceram intactos... até verem o eléctrico virar para a Praça do Comércio. «Desculpe lá mas isto não era suposto ir à Sé? Vira para aqui e não diz nada?», diz-me exaltado um jovem estudante, que pela idade, parecia estar já ao nível da faculdade e com mais educação do que a demonstrou.

Pelo meio, os turistas brasileiros preocupados com o facto de não passarem pelo Castelo, quando já lhes tinha dito por duas vezes que poderiam permanecer, dado que iria lá passar pela carreira 12E. Resolvida esta manobra, logo outra interrupção me obrigaria a fazer o curto trajecto entre os Prazeres e a Estrela, a fim de colocar o eléctrico na hora. 
Depois, após uma terceira interrupção, e com um calor abrasador, três eléctricos tinham-se juntado devido a um carro mal estacionado. Com o carro já quase lotado na R.Conceição, os passageiros na paragem não se aventuravam a tentar entrar até que fecho a porta e arranco. Precisamente no momento em que surge um senhor (digo, senhor porque não quero baixar ao nível e falta de educação que o senhor teve para comigo), que força a porta enquanto esta fecha, mostrando uma ganancia total para entrar, quando tinha um outro eléctrico atrás mais vazio. 
Paro o eléctrico, depois de ouvir «não feche a porta pá!!! Está parvo...»

Digo-lhe que não deve entrar no eléctrico quando este se encontra com a porta a fechar e em andamento. Diz-me aos berros «Não estava a andar! Você é um estúpido pa!» Com idade talvez para ser meu avô, o senhor em questão, não arranjou aliados no eléctrico, até porque se havia alguém que não era estúpido ali naquela questão, era eu. Jamais tentaria entrar num transporte correndo o risco de ficar entalado na porta.

Contestado pelos restantes passageiros pela forma como gritou, sentou-se no lugar mais próximo da porta da saída tentando disfarçar o olhar sobre as janelas que já atravessavam a Rua Augusta, mas sempre debaixo do olhar repugnante dos que naquele eléctrico seguiam viagem.

Um dia que certamente teria corrido melhor se estivesse de folga, mas até lá ainda faltam mais dois dias. Resta-me portanto desejar-vos boas leituras e viagens a bordo dos veículos da CCFL!

[n.d.r.]: Foto retirada do Flickr.com Direitos reservados ao autor

2 comentários:

CR 35 disse...

Segundo o RT, os passageiros que tentarem entrar com a lotação completa estão sujeitos a uma Coima,coisa que o Sr.que forçou as portas certamente desconhece.E mais uma vez prova-se que o Português cada vez tem mais falta de cultura de conhecimento e de respeito para com os outros a começar por alguns jovens que já começam a confundir liberdade com outras coisas.

Vasco Lopes disse...

O guarda-freio que está na foto não me é estranho...

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