domingo, 17 de abril de 2011

Da 12E à 28E, num Domingo de ramos, com direito a bolos...

Se há dias em que nada há para contar, outros há também, que são repletos de situações que dariam muitas linhas neste blogue. E hoje foi um desses dias porque o serviço foi repartido entre duas carreiras, onde embora parte do circuito seja o mesmo, têm realidades totalmente diferentes. De manhã «abri» a loja na carreira 12E e da parte da tarde estive pela carreira 28E. Em ambas uma semelhança  - Espanhóis. Eles já cá estão e muitos mais hão de vir. 
Na 12E os clientes são por norma habituais e fazem do eléctrico o seu lar de dia, onde encontram aquela companhia que não têm em casa. Trocam umas palavras com os outros passageiros, observam os afoites turistas que mesmo estando o eléctrico cheio, tentam ainda entrar para ganhar um lugar para a longa subida da calçada de Santo André.

É precisamente nesta calçada que surgem grande parte das histórias desta carreira. Quer seja pelo estacionamento irregular, pelo atrevimento de alguns automobilistas que circulam em sentido oposto, ou até pelas idosas que querem sempre sair fora da paragem. O certo é que hoje tive um exemplo de cada. Primeiro a carrinha cujo condutor aparentava não saber andar noutro sentido que não para a frente. Foram portanto necessários uns longos 12 minutos para esta carrinha da foto sair da frente do eléctrico e se lhe disser que ainda bateu duas vezes nos pilares do passeio, pode mesmo acreditar.
Ao fim desses longos minutos, lá seguimos viagem para alegria dos turistas que não perderam a oportunidade para aplaudir o facto de finalmente o senhor ter conseguido tirar a carrinha da via. Mais uma volta, mais uns quantos turistas. Em dia de Domingo de ramos, outra coisa não se via, que as vendedoras dos ramos junto às igrejas por onde passa a carreira 12E. Tradições que ainda se mantêm vivas, assim como os gestos dos passageiros frequentes da carreira que circula pelo castelo e que parte da Praça da Figueira. 

Hoje, os mimos para com o guarda-freio não foram chocolates, mas sim um bolo, porque segundo quem o ofereceu: «tem aqui um bolinho, porque depois de algumas horas já deve apetecer trincar algo...»  E na verdade o mil folhas acabou por saber bem na pausa da viagem seguinte, embora este "mimo" não tivesse contribuído em nada para a minha dieta... 

Dietas à parte, até porque os horários de quem anda neste ramo dos transportes, nem sempre ajudam à dieta, a tarde foi na carreira 28E já com «cheiro» a Páscoa com muitos espanhóis, brasileiros e portugueses que quando experimentam andar no eléctrico ficam encantados com aquele percurso a quem alguém apelidou da «montanha russa de Lisboa...» 

3 comentários:

alfacinha disse...

Os cidadãos não vão apreciar a lentidão dentre a cidade velha daqueles eléctricos mas estas máquinas antigas são um passatempo e uma coisa espantosa para turistas.

halopes disse...

Parabéns pelo blog, vou acompanhar! (conheci-o sábado ao final da tarde, no 12 com direito a cena de porrada e pedra da calçada a voar ali no Largo do Terreirinho) Até breve :)

Rafael Santos disse...

É verdade Halopes. Foi um prazer. Volte sempre.

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