
Mas muitas das vezes os problemas vêm de fora para dentro do eléctrico e até pode não ter nada haver com o serviço que a Carris presta ao passageiro. Os casos são dos mais diversos. A reunião do trabalho que não correu bem, ou a conversa com o patrão que chamou a funcionária à atenção e ela não gostou, enfim, há uma série de situações que são abordadas dentro do eléctrico. E quando se juntam colegas de trabalho no mesmo eléctrico, é um lavar de roupa suja mesmo que trabalhem numa estação de correios ou no supermercado.
Depois há o chumbo no exame que deixa qualquer um em franjas ou a relação com o/a namorado/a que não está a correr bem e pronto é vê-los entrar agarrados ao telemóvel com uma vontade imensa de o por a voar pela janela fora. Hoje o que foi não sei, mas a jovem que entrou no Largo do Camões, pareceu-me bastante em baixo e decidiu ficar em pé logo ali na frente junto ao meu posto de condução, talvez para refrescar um pouco as ideias com o ar que ia entrando pela janela.
Uma chamada... duas e de repente ouvem-se desabafos de quem não quer dar nas vistas, e caiem as primeiras lágrimas de quem tenta por os óculos de sol mesmo que sejam já 20h30. Do outro lado desligam a chamada e do lado de cá o desespero é ainda maior. Chegamos à Igreja de Santo Condestável em Campo de Ourique, e até eu quase que já partilhava o desgosto da rapariga que simpaticamente me pede para sair pela porta da frente, desejando-me boa noite, numa noite que para si não terá sido certamente uma boa noite.
E depois disto... a chuva! Miudinha daquela que parece manteiga. Abranda a marcha porque o que interessa é chegar com o carro tal como nos deram e sem problemas. Amanha há mais! Boas viagens!
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