terça-feira, 1 de junho de 2010

A certidão de Óbito, num dia de morte com tanto calor...

Descansem que não matei ninguém, nem tão pouco, alguém morreu a bordo. O título deste post deve-se única e exclusivamente a um passageiro cujo o seu cartão Lisboa Viva, teimava em não dar luz verde. Em grande parte das vezes, já para não dizer sempre, o erro que o validador acusa quando o passageiro passa o cartão e a luz vermelha acende com o sinal sonoro prolongado, é provocado pelo uso inadequado por parte de quem é portador do mesmo.

Mas na verdade, para aquelas pessoas que se vêem confrontadas com a luz vermelha a culpa é sempre da máquina. Na verdade, se a máquina tiver teclas, basta um simples roçar de uma mala para carregar numa tecla de zona e alterar a configuração e se o passe for de Lisboa e tiver na tecla 2 é suficiente para a tal luz vermelha dar sinais de vida.

Mas o que se ouve logo é que «a máquina está estragada», até porque o erro nunca é deles. Já o mesmo acontece quando querem sair e esquecem-se de tocar. Mas eles tocam sempre claro, porque às vezes não têm humildade suficiente para pedirem desculpa e dizerem que se esqueceram de tocar. O erro é sempre do motorista e/ou guarda-freio e no caso dos validadores recai sobre a Carris, e porquê? Porque o cliente tem sempre razão...

O calor que se tem feito sentir em Lisboa, tem sido intenso, mas quando se espera que as pessoas fiquem mais moles e sem paciência para reclamar é precisamente o contrário que acontece. Na paragem de Santos, um senhor já na casa dos seus 60 anos, bem conservados diga-se, entra no eléctrico com o seu blazer azul no qual se destacava o símbolo monárquico e de forma simpática saúda-me, tendo logo de imediato sido um dos alvos daquela luz vermelha já referida anteriormente.

Na segunda tentativa o vermelho insistia em aparecer e já sem paciência o senhor vira-se para mim e diz: «ouça lá, isto tanto da vermelho como verde, qualquer dia dá a certidão de óbito, que é o que falta...», e seguiu para a retaguarda do eléctrico, sem que me deixasse explicar que bastava apenas encostar o passe e não esfregar como tinha feito até então.

A viagem prosseguiu rumo aos Prazeres, com o dito senhor a "propagandiar" pelo caminho todo o tempo monárquico e deitando abaixo os tempos actuais dizendo que estava tudo pela hora da morte. Deixou-me de facto a pensar que este devia ser mais um dos senhores que tem medo da morte ou que gosta muito dela.

Por falar em morte, quem parece ter morrido, mas de calor foi um dos articulados que a meio da tarde se recusou a chegar à Praça da Figueira. Se as pessoas para morrerem basta estarem vivas, os eléctricos para avariarem basta estarem bons. Resolvida a avaria, sigo para nova viagem mas só até Santos, onde fiquei perto de duas horas à espera que o dono desta viatura ou o reboque da P.S.P. aparecesse.

Venceu o reboque que chegou primeiro, mas o jogo terminou empatado, já que o reboque não conseguiu rebocar, dado ser uma viatura de caixa aberta. Resultado final: Viatura multada pela P.S.P., carro chegado à frente pelos agentes do reboque com o macaco e um dia de trabalho que foi diferente de todos os outros.

Boas Viagens!

3 comentários:

Vasco Lopes disse...

Ah Rafael, isso é que foi trabalhar hoje. Que canseira...! Por acaso o sol estava do outro lado, senão estavas lixado ;)

JB disse...

a culpa é do Chip, esse gajo malandro que não quer trabalhar LOL

Anónimo disse...

ia ali á tasca comprava uma jola ( sem alcool ) e sentava-se no jardim, que tarde bem passada seria.
marques

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