quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

A mística de S.Amaro e o primeiro carro...

Enquanto motorista na estação da Musgueira, sempre que tinha uma folga para almoço em Alcântara(742) ou no Calvário(720), optava por ir almoçar a S.Amaro, não só pelo facto de poder descansar um pouco, mas sobretudo, para poder conversar um pouco com alguns colegas (na maioria Guarda-Freios) e claro poder estar mais próximo daquele edifício a que se dá o nome de Car-Barn.


O meu gosto pelos eléctricos tem mais de uma década, diria mesmo que surgiu por volta de 1994, e desde então tenho vindo a seguir mais vincadamente a história destes veículos que circulam sobre carris e que tiveram o seu início no «americano», que era puxado por animais. Mas a verdade é que sempre que entrava na estação de Santo Amaro, havia algo inexplicável. Sentia-me como que em casa. Pois era aquela a estação que havia escolhido no acto da minha inscrição na Carris.


Mas na altura o destino quis que fosse «assentar praça» na Musgueira, e além de uma excelente experiência, foi uma estação onde vesti a camisola desde o primeiro dia. Surgiu então a oportunidade de transferência para Santo Amaro, e lá estou eu, ainda em formação, mas já com um objectivo cumprido, que era nada mais, nada menos que conduzir um eléctrico. O primeiro foi o 543 que serviu de teste ás primeiras frenagens, e de apoio à compreensão sobre os sistemas de travagem do eléctrico que é bem mais complexo que o dos autocarros.


Reostáticos, Manuais, Pneumáticos e Electromagnéticos, são os sistemas de travagem que fazem parte do eléctrico, pelo que há de saber como todos eles funcionam e onde actuam directamente, para que sejam aplicados o mais correcto possível na prática.


Seguiram-se depois as visitas mais técnicas ao Car-Barn desde o tejadilho do eléctrico à fossa que nos permitiu ver os componentes destes sistemas de travagem, assim como os de tracção. E quando se gosta daquilo que se ouve e fala, as horas parecem correr e se ontem já era segunda-feira, amanhã já é quase sexta-feira e o fim-de-semana à porta.


Embora ainda pense ser um sonho, todos estes dias em que tenho aprendido aquilo que ainda não sabia e os nomes mais técnicos, a verdade é que já lá vão perto de duas semanas de formação, que tem sido excelente, sobretudo porque a acompanhar a teoria, há as idas aos veículos e ás oficinas, que deixam no ar uma saudade e que nos fazem recuar no tempo. Pena que não estejam hoje em dia com o movimento de outros anos.


E assim vai a formação de mais uma escola de Guarda-Freios, composta por 6 candidatos no total, todos já com uma vontade enorme de ir para a rua e é já amanhã! Em breve, prometo trazer até aqui o significado de alguns nomes que passarão a ser lidos com alguma regularidade neste blog.


Boas Viagens!


8 comentários:

André Bravo Ferreira disse...

Como diz o povo: "Estás como peixe na água!".
Aproveita essa experiência ao máximo e que tudo corra bem.

Abraço.

Angelo disse...

Que prazer ler-te! Estás mesmo contente! E cá espero os termos técnicos!

Ricardo Moreira disse...

Na formação dada actualmente é contemplada a condução dos 700s ou isso é um extra para mais tarde?
Votos de sucesso para esta nova etapa.

equipier disse...

Espero que tudo esteja a correr bem.
Como ja disseram "estas como peixe na água" lololol
543 bela maquina a minha companhia nos serões da 15 lololol
Grande abraço

Rafael Santos disse...

Antes de mais obrigado a todos pelas vossas palavras.

Ao Ricardo Moreira, apenas dizer que isso é «outra nota de 500» para por no bolso mais tarde :) Por enquanto nada de 700 e só mesmo remodelados da série 500 :)

Abraços

Bruno disse...

Hehehe e logo hoje que me lembrei do Rafael, porque hoje fiz a terrível descida pela Afonso Domingues e pela Washington onde na primeira um senhor de idade caíu, continuação de boas experiências! Um eléctrico é sempre um eléctrico!

Xico disse...

A estação da Musgueira foi a segunda escolha na entrada para a Carris?

Cumps

PaPeRaNoU disse...

Companheiro,boa sorte aí em santo amaro!!!abraço

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