sábado, 22 de agosto de 2009

Quando o autocarro se transforma em praça...

É como se de repente estivesse-mos no Mercado da Ribeira, no de Alvalade, do Chile ou até mesmo no da Boa Hora. Gritos para aqui, gritos para ali e uma mistura de conversas e de línguas que geraram uma verdadeira "açorda" de diálogos cruzados. A causa foi um desvio do autocarro da carreira 720 para fazer uma viagem na carreira 15E entre o Calvário e Belém. Uma avaria na zona de Belém impossibilitava a ida dos eléctricos além Santo Amaro e lá me foi solicitado que fizesse o transbordo.

Nestas ocasiões as pessoas perdem em segundos a paciência e o motorista é o alvo principal para que consigam saber, o que afinal se passava e o porquê do eléctrico não ir a Belém nesta tarde de Sábado. As bandeiras estavam explícitas e diziam 15E Algés (Transbordo), mas a chegada a Belém transformou o interior do autocarro num cenário que mais parecia uma praça. Mais exaltada uma das senhoras chegou mesmo a insultar-me sem razões aparentes, e com um diálogo em que dizia que «é sempre a mesma coisa. Vocês andam a brincar com o nosso dinheiro... São uns C..... Palhaços de M......», mas "eu não lhe faltei ao respeito, portanto a senhora não me falta ao respeito a mim, entendidos!?", disse-lhe e já com vontade de soltar uma parede qualquer, ao estilo "Salve-se quem puder" - o programa que anima os serões da SIC.

Mais compreensíveis foram os turistas que embora com mais dificuldades em entender o que se estaria a passar, dado que não estão habituados nem conhecem os percursos, foram os primeiros a aceitar as nossas indicações. Ainda assim, esta viagem até Belém acabou por ajudar a passar a tarde, porque sempre deu para quebrar a monotonia de um percurso repetitivo de um dia de serviço na 720.

Amanhã há mais. Boas Viagens!!
Fotomontagem de Rafael Santos, Foto de Pedro Almeida

4 comentários:

Pedro Almeida disse...

Ena, isto é que são umas histórias...
Dei comigo a ler as escrituras de Rafael Santos com os seus habituais "rasgos filosóficos", como por exemplo a parte da "açorda de diálogos cruzados", e a lembrar-me de um acontecimento desta semana, numa empresa cá da terra, em que o motorista ouviu tudo o que é de pior, e agora choquem-se... "Porque saiu a HORAS DA PARAGEM!"
A passageira INSISTIA que ele devia ter atrasado a saída, porque a ligação do Funchal para aquela carreira ""atrasou-se""(palavras dela), como se não houvessem ORDENS SUPERIORES e regras a seguir...
E isto ás 3 da tarde, com tanta viagem, e com tanta chapa pela frente!
Ainda por cima a carreira que supostamente chegou atrasada cruza os 2 términos da carreira que ela "perdeu", ou seja, se ela tivesse saído mais á frente apanhava a carreira que perdeu, mas em sentido contrário (o que aconteceu, foi a viagem onde ela descarregou o ódio)!
E essa história das coisas correrem "torto", e "atirarem-se" aos motoristas só porque SIM, ainda por cima numa linguagem mais rafeirinha e chunga, infelizmente não é tão rara quanto isso.
É que as pessoas nem PENSAM, é logo atirar a raiva, como se soubessem PERFEITAMENTE as razões e as causas, e tivessem toda a razão do mundo, enfim...

Gostei de saber foi da tua passagem pela 15E, isso sim foi de valor ehehe

Bem amigo, o madeirense fica por aqui, votos de boas viagens e um grande abraço!!

APS disse...

Quando ampliei a foto do autocarro, as caras nas janelas pareciam o "PINHO" a pedir para voltar ao governo. Boa montagem!

Um abraço
APS

Anónimo disse...

afinal sempre te vão metendo na linha de vez em quando :-), ainda que seja com seis rodas, fica bem

Bruno Pedroso disse...

Certas pessoas ainda pensam que o motorista é que é o "ladrão" ou o culpado de tudo... não tem a mínima consciência do que dizem...

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