sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Na 35 como peixe na água: Devia ser assim todos os dias :)

As folgas passaram rápido de mais e hoje já voltei à roda! E foi um regresso dentro da normalidade, mas não deixando de parte as peripécias de uma carreira como a de hoje, que embora seja das que mais gosto fazer, lá vai tendo os seus "cromos" habituais, o seu bairrismo característico e uma atenção redobrada dada a mobilidade dos seus passageiros. Antes de pegar ao serviço já eu rezava para que pelo menos tivesse um ar condicionado em condições porque no exterior as temperaturas já andavam perto dos 38ºC.

Na paragem indicava que faltava 1 minuto para a chapa 11 da carreira 35 aparecer e não falhou. Lá chegou o autocarro e as janelas fechadas indicava-me á partida que iria ter uma tarde descansada com a temperatura. Rumo ao C.Sodré e de lá parti para a Praça do Chile. A Rua da Alfândega está com um piso novo o que deve ter reduzido em um terço, o barulho na zona do Martinho da Arcada...

Faço a paragem e aparecem os primeiros conhecidos do dia, que como já é habitual cumprimentaram-me e perguntaram pela família etc... É sempre bom ser bem recebido quando se regressa a uma carreira depois de algum tempo de ausência. Outros há que entram e "nem ai, nem ui", mas sempre vai passando um(uma) colega que nos vai cumprimentado.

Já depois de ter ido uma vez mais ao C.Sodre, chego então ao terminal do Hospital de Santa Maria um pouco "apertado" no horário, mas passível de recuperar na volta, mas á minha espera tinha já um passageiro de mobilidade reduzida. Há 3.ª foi de vez: fiz as coisas com mais calma e desta vez já não me cortei ao abrir a rampa. O passageiro entrou com a cadeira de rodas eléctrica, solicitou-me uma tarifa de bordo e pediu-me para o deixar na última paragem. Assim dito, assim feito e com uma simpatia fora do comum.

Seguiam-se então mais uma viagem a Santa Maria e duas á P.Chile e pelo meio lá apareceu um rapaz que habitualmente entra na Rua Washington. Adora cumprimentar todos os motoristas com um aperto de mão, mas fala tão alto que incomoda até o mais surdo que seja. É no bom sentido da palavra, um daqueles «cromos» habituais que não podem faltar na caderneta de uma carreira...

O resto das viagens correram muito bem e até eu estava admirado porque havia realmente pouca gente. As viagens foram todas feitas e no final até deu gosto ouvir o rádio apitar com uma chamada da Central e do outro lado dizerem: «Boa tarde Sr.Motorista, isto hoje está muito bom... Até parece mentira, mas ia precisar de um favor seu.»

"Diga, colega, estou á escuta", disse-lhe. «Precisava, se não se importasse que ao chegar ao C.Sodré metesse bandeiras de Santa Maria em vez de P.Chile e em vez de recolher depois do C.Sodré recolhia de Santa Maria».... Estava visto que por algum motivo havia faltado o carro que iria fazer a viagem para o Hospital de Santa Maria. Acabou por saber bem, porque até tive direito a recolher 15 minutos mais cedo o que prova que nem tudo é tão mau como se diz ou se quer fazer ver.

Uma conclusão: há mesmo dias e dias. E assim começou mais uma semana de trabalho. Para trás ficaram mais duas folgas onde provei o melhor bolo de chocolate do mundo (em breve será aqui sugerido - ehehe) e onde reencontrei alguns amigos.


Boas Viagens!

Foto gentilmente cedida por Pedro Almeida

3 comentários:

Bruno Pedroso disse...

Belo relato Rafael. Há coisa de uma semana e meia andei áí na zona a fotografar, infelizmente não fotgrafei nenhum 35, apenas o terminal de eléctricos do Alto de São João.

Até à próxima e continuação de bom trabalho!

Bruno Pedroso disse...

Acho que já vi esse rapaz, não sei se é o mesmo, mas há um que frequenta o 47 que faz o mesmo, mas raramente o vejo lá.

El Tijon disse...

Por causa da carreira 35 o martinho da arcada vai fechar as portas pois esta carreira passa sempre ali a abrir causando muita poluiçao a quem esta a almoçar


so fã do saramago nao uso pontuaçao quando escrevo

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