sábado, 13 de junho de 2009

Um dia com um curto "Calvário" e perguntas desnecessárias...

Depois da noite de festa pelas ruas de Alfama eis que hoje andei de serviço na 720 ali para os lados do Alto do Pina, onde os ânimos andaram bastante calmos durante todo o dia, até porque a festa hoje, foi mesmo para os lados de Alfama e do Castelo. E em dia de Santo António, bastou uma viagem da Picheleira ao Calvário, para ser interpelado já no terminal que se situa no Largo das Fontainhas, por um transeunte que depois de bater à porta e não dizer boa tarde, decidiu questionar-me sobre uma carreira, e o resultado do diálogo foi algo parecido com o seguinte:

Suposto cliente: «Já passou algum 42?...»
Eu: «O 742 não passa aqui!»
Suposto Cliente: «Já não passa?...»
Eu: «O 742 passa naquele largo lá atrás... no Calvário!»
Suposto Cliente: «Eu sei! Só queria saber se já tinha passado algum agora?!»
Eu: «E como é que o senhor quer que eu lhe diga, se estou aqui e de costas para o Calvário?!?»
Suposto Cliente: «Tá certo, obrigado...»

Não dá mesmo para acreditar como há pessoas que fazem perguntas sem pensar e ás vezes sem terem a mínima consciência do espaço em que estão. Leva-nos por vezes a pensar "será que este(a) tipo(a) está a gozar comigo?"... Pelo menos já disse obrigado no final de um diálogo que mais pareceu anedota.

Seguiu ao seu destino e também eu segui para a Picheleira mais uma série de vezes tendo numa das viagens reparado numa senhora que aos poucos ia - perdoem-me o termo - bufando, dando sinais de insatisfação. Pensei tratar-se de alguma companhia mais indesejada através de algum odor, ou por ser Sábado e estarem em vigor os horários de Feriado. A certa altura levantou-se e ficou junto à porta da frente, mas sempre sem me dizer nada, até que já na Rua Brancamp, e sem pedir, aproveitou a abertura da porta da frente para sair, e não sem antes dizer que «para andar nestes autocarros temos de vir com casacos e bem agasalhadas porque é um frio que não se pode...», referindo-se ao ar condicionado que por acaso até estava no mínimo.

É apenas uma amostra daquilo que é ser "preso por ter cão e preso por não ter", porque se tem ar condicionado é porque está frio, e se não tem é porque está calor e não se consegue respirar... Decidam-se!!! Bem e para terminar, o "calvário" da última viagem com a avaria da bandeira electrónica de destino, provando que, tal como as pessoas para morrerem basta estarem vivas, também elas(bandeiras) para se avariarem, basta estarem em pleno funcionamento. Resultado: Avisei a Central de Comando de Tráfego e o "720 CALVÁRIO", manteve-se visível mesmo com destino à Picheleira o que me obrigou a parar praticamente em todas as paragens para informar que rumava para outro sítio que não o Calvário.

E mesmo assim, não fosse eu estar distraído, ainda houve pelo menos dois passageiros que ao entrar lá me alertaram...«Olhe que leva escrito lá em cima, Calvário...». Cheguei então ao fim do meu curto calvário já no Areeiro quando fui rendido pelo colega, tendo-o informado que as mesmas se tinham avariado na viagem anterior, pelo que teria de aguardar indicações da C.C.T., e com isto também podem ter uma pequena ideia que até os próprios autocarros nos pregam partidas quando menos esperamos...


Boas Viagens!

2 comentários:

Vasco Lopes disse...

Pois, essa senhora do ar condicionado era realmente muito estranha, porque veio dos últimos lugares para o da frente, depois só bufava, metia as mãos na cabeça e abanava-a como se não houvesse amanhã. No fim ainda praguejou, mas já do lado de fora do autocarro, claro, não fosses tu proibi-la de sair pela frente. Enfim...mas tirando a senhora do Alasca, até se passou bem.

André Bravo Ferreira disse...

Estas velhas pá, nunca contente com nada. Também devem querer chazinho e torradas.

Grande abraço.

André Bravo Ferreira

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