sexta-feira, 26 de junho de 2009

745 Via Av.Brasil....

Pois é amigos, lá começou mais uma semana de trabalho e bem cedinho. O que eu gostava ao início das madrugadas, mas e o que me custa a levantar agora, sobretudo quando o maldito despertador toca por volta das 4h00 da manhã! As madrugadas têem a vantagem de se ficar com o resto do dia livre, mas confesso que quem acorda ás 4h00 e depois de oito horas de serviço, pouca vontade tem para fazer o quer que seja à tarde, a não ser descansar e recuperar para o dia seguinte.

E para abrir a pestana logo de manhã, eis que no Prior velho tenho o primeiro carregamento do dia, na viagem das 5h47 rumo a Santa Apolónia. Alguém havia acordado com o cheiro mais apurado, ou até com má disposição e lá gritou em jeito de desabafo que era «insuportável o cheiro a alho logo de manhã! Parece que têem medo da água...»

Portanto parecia começar em grande o dia. O sol apareceu ainda que na companhia das nuvens e com aproximar das 10h00, aumentava o n.º de clientes sobretudo na zona do Aeroporto, onde se perde sempre algum tempo. E hoje nem sequer tive tempo para abrir a porta da frente para ouvir alguém reclamar pelo tempo de espera naquela paragem.

Á minha frente estava o 83, o 22 e o 44 e eu era o 4.º autocarro na fila. Chega então junto da banqueta uma passageira de nacionalidade brasileira, que começou por fazer uma pergunta mas que rapidamente aproveitou para se queixar e uma vez mais no sítio errado claro.


Cliente: «Desculpe, mas a Carris não tem autocarros próprios para os turistas?»
- Sim, tem a carreira 91 e 96, sendo um AeroBus e o outro AeroShutle...

Cliente: «Então porque perdemos sempre tanto tempo aqui nesta paragem? É que eu tenho de ir trabalhar e não temos de perder tempo com perguntas e respostas e bagagens e tudo e mais alguma coisa, né?»

- A senhora poderá ter as suas razões, mas esse argumento não valida que viremos as costas aos turistas e não respondamos às questões que nos colocam. Não concorda?

Cliente: «Sim, mas não tem que se ocupar a linha regular quando há um ónibus que os leva ao centro!»

- A senhora se estivesse no lugar daqueles senhores todos que ali estão de malas e bagagens, também queria chegar o mais rapidamente possível ao seu destino na cidade e ser bem recebida, ou não?...

Virou costas e foi sentar-se, provando que além de não ser condescendente com quem nos visita, a educação também não parece saber o que é, não sabendo sequer abordar uma situação que tão pouco tenho culpa.

E para não bastar, na paragem de Entrecampos, um senhor entra com destino a Santa Apolónia e antes de validar o seu Lisboa Viva, pergunta que volta vou eu dar para chegar a Santa Apolónia. Disse-lhe que iria pela Av.República, Fontes Pereira de Melo, M.Pombal, Av.Liberdade, Baixa até Santa Apolónia...

«Mas então não passa na Av. Brasil!? É que diz lá [via Av.Brasil]...», questiona o senhor depois de saber quase a totalidade da rota que iria levar. -Pois a Av.Brasil já passei, porque fica entre o C.Grande e a Rotunda do Relógio..., disse-lhe. «Mas está mal amigo, por causa destas invenções vossas já não entrei no outro porque pensei que desse uma volta maior», e lá se foi sentar com um ar bastante chateado.

Saiu na paragem da Alfândega e quando menos esperava lá veio a correr á porta da frente e pediu desculpa, porque «sei que a culpa não é sua, mas que é realmente chato é!»

E assim foi uma madrugada na 745 que com estes episódios até passou rápida.
Boas Viagens!

2 comentários:

Pedro Almeida disse...

Bem, já vi que essas "voltas" de CRONUS, foram á maneira...
Aliás, raro deve ser o dia em que a 745 não proporcione uma boa história...
Já em relação aos teus passageiros de hoje, confesso que achei engraçada a rapariga do Brasil...
É que até parece que quando ela chegou a Portugal já conhecia TUDO e dominava tudo, e nunca ninguém perdeu tempo com as perguntas dela, enfim...
Já o senhor que gosta muito da Avenida do Brasil, em parte até concordo com ele, acho que alguns VIA, atrapalham mais do que ajudam...
Aliás, até acho que só fazem realmente sentido em carreiras como 106 e 108, porque AMBAS partem do Campo Grande e AMBAS terminam nas Galinheiras, e num caso destes o VIA é CRUCIAL para distinguir, mas pronto a CARRIS lá sabe...


Bem amigo, o madeirense fica por aqui...
Grande abraço e boas viagens!!

André Bravo Ferreira disse...

Decidam-se logo e deixem as pessoas trabalhar!
Gente indecisa, bolas...

Grande abraço.

André Bravo Ferreira

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