
Pensava eu que iria perguntar algo sobre o destino da carreira, o horário ou sobre alguma paragem. Mas enganei-me redondamente porque o que a senhora queria mesmo saber era o que se tinha passado ali no terreno de Campolide, que tem vista para o Aqueduto das Águas Livres. «O sr. que aqui anda todos os dias, por acaso não sabe para que raio é esta coisa que aqui está e este arranjo todo neste terreno?..»
É certo que as alterações já se deram há algum tempo, que até uma ciclovia foi criada em redor do terreno, que nem sou obrigado a saber estas coisas, e até não estou todos os dias na 701 como dizia a senhora, mas... "É a quinta do Zé Pinto! Um campo que irá ter girassóis muito em breve. Até já foram plantados, não vê ali..." , mas surpresa com a minha explicação lá me disse algo indignada, «pois por esta é que eu não esperava. Agora gastam dinheiro com estas coisas que só servem para propaganda política sabe!? Quando Lisboa tinha campos acabaram com eles, agora querem por estas coisas aqui. Este mundo está perdido...», e lá se sentou novamente agradecendo e pedindo desculpa por me ter perguntado algo que não tinha nada haver com o meu serviço.

E agora que já estão plantados os girassóis, resta esperar que cresçam lentamente para dar um colorido diferente naquele local. E falando em lentamente foi desta forma que foi feito o ultimo troço da minha última viagem de hoje para a Charneca, porque apanhei a procissão da Nossa Senhora de Fátima, a sair da Igreja da Charneca. Apanhei eu e mais uns quatro ou cinco colegas das carreiras 3, 17 e 108.
E lá fomos todos juntos atrás da procissão das velas ainda que numa escala bem mais pequena do que aquela a que estamos habituados a ver pela televisão directamente de Fátima. Ainda assim, foi o suficiente para atrasar alguns autocarros e nomeadamente a minha viagem de recolha. Há dias assim!
Amanhã logo se verá! Boas Viagens
Fotos: site da J.F.Campolide
7 comentários:
mas porque razão os passageiros pensam que os motoristas da carris têm sempre de saber tudo so porque o autocarro passa lá? :-) , não somos mapas nem enciclopédias, ainda para mais com a formação que recebe-mos é impossivel por exemplo conhecer todas as ruas de lisboa.
Ah hoje ( 13 )vi-te andavas na carreira favorita não é? sabado vou eu para lá e ás 13 já tou despachado, ainda pensei em ir trocar contigo mas como vou sair cedo vou aproveitar para resolver umas coisa, fica bem.
Boas Anónimo,
Sim andei na 35 :), mas olha que sábado se trocasses não ganharias muito porque também estou por lá :) Ainda nos cruzamos pela washignton vai na volta....
Abraço
Rafael Santos
vê lá se escolhes ouro sitio para cruzar :-) , pode ser na morais soares q é mais larga.
Caro Sr. Rafael Santos,
Escrevo-lhe em nome da ANPOC (Ass. Nac. Produtores de Cereais) e agradeço o interesse que tem demonstrado no nosso projecto da Quinta do Zé Pinto.
Tem toda a razão pois efectivamente é um projecto pedagógico e, já agora, pode informar a sua passageira que os custos do projecto são todos pagos pela ANPOC e não pela Câmara.
Em breve vamos ter instalado um percurso pedagógico para tirar um ainda maior proveito deste projecto.
Bem Haja,
Bernardo Albino
ANPOC
Pena que agora a dita quinta pedagogica do Ze PInto esteja ao abandono com os girassois que eram bastante verdes estao agora secos e a murchar.Investiram algum dinheiro nesse projecto e agora esta tudo estragado. Gostava que algum responsavel pudesse esclarecer esta questao. Ou sera que a intençao era essa deixar secar os girassois para depois fazer algo? Nao sei.
Um abraço caro colega,continua assim
N. A.
MOtorista da carreira 701
Caro Amigo,
Vi o comentário que fez no Diário do Tripulante relativamente ao campo de girassol em Lisboa e a que tomo a liberdade de responder.
Este campo de girassol faz parte de um projecto que se chama "Quinta do Zé Pinto - O campo na cidade" e é uma iniciativa da nossa associação que é a ANPOC - Associação Nacional dos Produtores de Cereais, Oleaginosas e Proteaginosas.
Para que fique esclarecido, o Girassol está deliberadamente a secar mas não está de todo abandonado. O que se passa é que o Girassol é uma cultura anual que é semeada, começa a crescer, abre o capítulo (flor) e, a partir de meados de Julho, começa a secar até ser colhido em Setembro.
Esta evolução da cultura acontece em Lisboa e em qualquer campo agrícola de Évora ou Beja. Por isso, se viajar pelo país vai ver que o girassol está exactamente igual ao que vê em plena Lisboa.
E é precisamente isso que este projecto pretende demonstrar, a evolução das plantas que existem nos nossos campos agrícolas e sensibilizar a população urbana para a sua importância e para a importância da sua produção.
Desde já fica convidado, podendo livremente divulgar este convite, para no dia 16 de Setembro aparecer no campo de girassol onde vamos estar a ceifá-lo através da maquinaria apropriada.
A partir desta data vamos preparar a terra para as culturas seguintes que serão Cereais de Outono / Inverno, por exemplo, trigo mole, centeio e aveia (para pão e bolachas), trigo duro (para massas alimentares).
Convidamo-lo também a acompanhar a evolução deste projecto através do nosso blog www.quintadozepinto.blogspot.com .
Obrigado pelo seu interesse e preocupação.
Bernardo Albino
ANPOC
Assim ja fiquei esclarecido, e agradeço muito por ter tirado as minhas duvidas. Peço desculpa pela minha ignorancia no que diz respeito a esta materia de agricultura.
Quanto ao convite de uma outra maneira aceito uma vez que sou motorista da carris,(mais propriamente da carreira 701 que passa mesmo ai na rua de Campolide,)e vou estar a trabalhar nesse dia e passarei ai varias vezes.
Mais uma vez obrigado.
N. A.
Motorista da 701
Enviar um comentário