sábado, 7 de fevereiro de 2009

O "Amor á camisola" na Flamenga...

Depois das folgas onde aproveitei para visitar a bonita cidade de Coimbra (há 12 anos que lá não ia), hoje lá regressei à roda. Tarde de sábado com sol em Lisboa e com algumas nuvens, mas sem a chuva que nos tem acompanhado nos últimos tempos. O verão esse ainda demora a chegar e talvez por isso, as pessoas tenham aproveitado para sair à rua com a família.

Hoje também eu mudei de ares e voltei a ter um serviço na carreira 755 que há já algum tempo não me calhava na escala. Esta carreira que circula entre o Poço do Bispo e Sete Rios, tem habitualmente, e digo habitualmente porque sempre que faço a 755 vejo aquele passageiro que entra e cumprimenta-me, com o seu "estimado" blusão da Carris.

Mora ali para os lados do Bairro da Flamenga e segundo conta ele, em tempos foi motorista da Companhia Carris de Ferro de Lisboa. Actualmente está reformado, mas lá continua a apresentar-se com o seu blusão azul que ainda ostenta o logótipo antigo da empresa e com um «Boa tarde colega, está tudo bem consigo?...»

Há dias em que traz uma história para contar mas outros há em que entra que nem uma «flecha» para a retaguarda. Mas eu cá ainda continuo com algumas dúvidas em relação ao passado daquele - agora então - passageiro que chega a contar histórias que nada têm a ver com aquelas que já ouvi de outros reformados que se orgulham igualmente de apresentar os respectivos cartões de funcionários da Carris e que fazem mesmo questão de se apresentarem e normalmente sempre do mesmo modo: «Andei cá muito ano... Ainda você não era nascido e já eu andava agarrado ao eléctrico... Depois vieram os autocarros e ainda andei com os de dois pisos...»

E por falar neste passado através destes ex-colegas acabo-me de lembrar de um outro que costuma apanhar a 701 ali em Sete Rios e vai até C.Ourique a contar as histórias que passou ao serviço da empresa e que quando passa em Campolide diz sempre o mesmo: «Aquela chaminé ali está a ver... Era a chaminé do túnel do Rossio porque os comboios eram a vapor e faziam muito fumo. Aqui não havia praticamente nada a não ser a estação da Carris onde é agora o centro comercial...»

Todas estas situações, sejam elas verídicas ou não (acredito que sim...), mostram a importância da Carris na cidade de Lisboa e a forma como a empresa marcou a vida destas pessoas que ainda hoje não se cansam de dizer que "ajudaram" a Carris a crescer. Eles já cumpriram a missão deles, agora somos nós a cumprir a nossa.
Boas Viagens!
Imagens de Arquivo: A primeira mostra o antigo logotipo da Carris. A segunda mostra o autocarro com o n.º de frota 201 na estação das Amoreiras.

2 comentários:

André Bravo Ferreira disse...

Quer queiramos quer nao, a CCFL faz parte da história de Lisboa.
Grande Abraço.

Anónimo disse...

pois é rafael hoje esse velhinho entrou no meu carro enquanto fazia a 701... e ele falou-me tgb da chaminé .

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