segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Será que custa muito dizer «Boa tarde, quero um bilhete s.f.f.»?!

Hoje aos passageiros deste blog, aproveito para vos dizer que continuo a não entender o porquê de entrarem no autocarro, atirar o dinheiro para cima da banqueta e aguardarem que quem está ali ao volante dê o bilhete. Será que custa muito dizer: «Boa tarde, quero um bilhete por favor...»!?!

Esta tarde, ali para os lados de C.Ourique, na carreira 742, entrou uma passageira que teve tal atitude. Como já vem sendo hábito, sei á partida que a pessoa que está do lado de lá da banqueta quer um bilhete, mas como ás vezes também sou um pouco teimoso e sobretudo porque não falto ao respeito a ninguém, decidi perguntar o que desejava...

«Um bilhete claro!» disse, ao que lhe sugeri que seria melhor pelo menos dizer o que pretendia, da mesma forma que faz quando vai a um café ou a uma loja. Mas de imediato fiquei a saber que aquela era mais uma tentativa falhada da minha parte, com a resposta que obtive: «Tem mais alguma coisa no autocarro á venda, se não bilhetes?!...»

Pois bem, de facto á venda não tenho mais nada, mas creio que para oferecer até possa ter, nem que seja conselhos básicos de boa educação. Pois como diz o velho ditado... «Se queres ser respeitado, dá-te ao respeito!»

A juntar a isto, logo na primeira viagem, uma criança entra acompanhada da mãe e mostrava-se bastante satisfeita por estar a andar de autocarro. Sentaram-se no banco da frente e o garoto lá ia observando tudo com muita atenção até á altura em que disse: «Mãe quando for grande também quero ser motorista do autocarro...» ao que a mãe em jeito de desprezo diz-lhe: «Tens é de estudar filho, para seres alguém...»

Um motorista não é ninguém? E se não estivesse ali o motorista, a senhora tinha autocarro? E com esta me despeço...

Amanhã termino a semana e pode ser que a próxima seja melhor :)
Boas Viagens!

9 comentários:

Anónimo disse...

Conheço um motorista que costuma andar na carreira 48 e que quando lhe aparecem desses passageiros que atiram com as moedas para cima da banqueta sem nada dizer, os ignora completamente. É infalível. Lá obriga o passageiro a fazer aquele esforço herculano de movimentar os lábios, depois de um tempo de espera considerável.
De resto, não há situação que me irrite mais como passageiro do que aquela de estar sentado no banco de fora e chegar uma pessoa que supostamente se quer sentar ao meu lado, no banco de dentro, e não diz nada, pressionando-me a levantar.
Numa situação dessas, na 746, não me levantei e perguntei à senhora o que desejava. A senhora lá me respondeu, a muito custo, que se queria sentar. E, pronto, tudo se resolveu, porque é a falar que nos entendemos. É isso que nos distingue dos animais.

Anónimo disse...

Confesso que até fiquei triste com este post do Rafael...
Sempre andei de autocarro e realmente nada disto é "novo" pra mim, mas confesso que enerva-me redondamente a superioridade com que gente que nem sabe falar ás vezes, anda nos autocarros e lida com os motoristas (pessoas essas) que ás vezes até são licenciados, têm cursos, não vivem á custa da sociedade (como alguns dos passageiros que eles transportam) e são bem mais inteligentes e educados do que eles...
Eu que sempre adorei autocarros desde praí os 6 anos, ás vezes ponho-me a pensar, porque é que NUNCA, mas mesmo NUNCA (e por incrível que pareça) ninguém me ouviu dizer "Quero ser motorista de autocarros!!"
Acho sinceramente e depois do que eu vejo e vi ao longo dos anos,que o meu "amor" pelos autocarros ia acabar em aversão completa, e sendo que com o meu feitio, eu ia fazer literalmente a vida negra aos passageiros sem educação...
Desde acelerar a fundo sobre os charcos de água em dias de chuva (para levarem uma bela banhoca), a deixar alguns na paragem, a deixar pessoas que tocam no gozo 2 ou 3 paragens á frente, a arranjar trocos TODOS com moedas de 1,2 e 5 centimos e JOGAR-LHES juntamente com o bilhete, era uma alegria...
Escusado será dizer que eu em pouco tempo era bem capaz de ser EXPULSO da empresa, mas ao menos algumas das pessoas que se cruzassem comigo iam aprender o significado da palavras RESPEITO/EDUCAÇÃO/BONS MODOS/e CIVISMO!!

Grande Rafael, um abraço do madeirense e força aí!!

Ricardo Figueiredo, disse...

Aos que atiram o dinheiro para cima da máquina e estendem a mão para receber o troco é simples... atiro o troco também para cima da máquina! É ver a cara chateada dos animais... não falha!

Já quanto ao facto de o motorista não ser ninguém, por essas e por outras é que em certas carreiras, nos terminais, entra tudo no autocarro 1 minuto depois da hora de partida, faça chuva ou esteja a nevar, é sagrado! Ai, já se lembram de nós...

Anónimo disse...

Rafael, não ligue a esses comentários. É tipicamente tuga, querem andar a dizer à vizinha que o filho é doutor ou engenheiro.

E Vasco Lopes, a situação do passageiro que se quer sentar, nada tem a ver com a que o Rafael relatou. Chama-se cortesia, sabe o que é? É levantar-se quando entra um idoso ou uma grávida, ou alguém que precise do lugar mais do senhor, e é também desviar-se e facilitar a passagem quando se suspeita que a pessoa quer passar. Pelos vistos a cortesia é-lhe uma coisa estranha...

Anónimo disse...

Anónimo,

Vejo não entendeu a situação que descrevi. Não tem a ver com idosos ou grávidas. E, sim, tem tudo a ver com o exemplo que o Rafael referiu. No caso que relatei, era uma senhora bem saudável que se queria sentar ao meu lado. Mas, em vez de dizer "Dá-me licença que passe para o lado da janela?", preferiu olhar para mim com ar ameaçador à espera que me levantasse. Porque como disse, é a falar que nos entendemos. É única e exclusivamente uma questão de cortesia. Não custa pedir "Dá-me licença?". Ou será que a cortesia é uma coisa que lhe é estranha?

Cumprimentos.

Anónimo disse...

motorista ?, nem pensar o filho dessa senhora vai ser um dr, uma pessoa formada, ( pelo menos a nivel de universidade, porque a nivel de educação pela que a mãe lhe dá nunca o vai ser, pois não respeita a trabalho dos outros, seja qual for),
com um curso tirado na melhor universidade, enfim, um futuro licenciado desempregado :-), ah!! ... mas dr. , isso é q interessa.
marques ( já sabes quem é, não meto o primeiro nome :-) ).

Anónimo disse...

Nem vale a pena discutir este assunto...
Já me aconteceu o mesmo imensas vezes e já nem ligo. Já ando anestesiado à muito tempo. Bilhete sai da maquina, é entregue, passageiro vai todo contente la pra tras com a sua teoria provada que o motorista é um bronco e tudo corre bem.

Colega da Musga

Anónimo disse...

So agora li todo o texto e essa do «Tens é de estudar filho, para seres alguém...» lembra-me o caso de uma francesa que era licenciada e trabalhava num supermercado nas caixas... publicou um livro exactamente depois de sofrer uma situação exactamente igual a essa mas ainda mais cruel.
Bem, eu andei na universidade e sou motorista da Carris com orgulho.
Mas não vale a pena armar discussões com gente dessas, Rafael... entram e saem 15 minutos depois e já não os vemos mais.
É so mais um bocado de bolor na podridão desta sociedade "moderna e civilizada".
Talvez um dia quando a filhinha dela for "Dra" e trabalhar num pronto a vestir do centro comercial a ganhar 500€ porque não há mais nada para agarrar, essa Sra acorde pra realidade.


Colega da Musga
(falamos do blog na 17. já sabes quem é... :) )

Anónimo disse...

Sobre este triste episódio, só tenho duas palavras: haja paciência.

Cumprimentos

Carlos Correia

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