sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

1 + 0 + 6 = 106 Galinheiras

Hoje recordo uma frase que um colega me disse nas minhas primeiras semanas de trabalho ao serviço da Carris. E dizia ele na altura que as carreiras que eu detestava (na altura da conversa...) era aquelas que mais iria gostar no futuro. Naquela data, pensei que o tivesse dito só para me agradar, dado estava sempre ali naquelas carreiras da alta de Lisboa (17/108/777/106/757, etc...).

Hoje andei na 106 e não, não passei a gostar da carreira, mas já não me custou tanto fazê-la como há um ano atrás talvez. Confesso que da zona em questão até não é das piores, mas só o facto de ter um horário de 16 minutos de viagem deixa-me algo impaciente com a quantidade de viagens que tenho de fazer num serviço. Mas hoje até passou rápido.

O rádio ficou sem pilhas a meio da tarde, mas a chuva que caía em Lisboa fazia redobrar a minha atenção na estrada o que me fez esquecer esse problema da radiofonia. A meio da tarde ali para os lados do Lumiar entra uma quantidade de passageiros entre os quais um jovem, com os seus 7 a 8 anos que se sentou inicialmente, mas que de imediato se levantou quando fechei as portas e arranquei rumo ás Galinheiras.

Aos poucos foi-se chegando á frente e ia observando atentamente todo o painel do autocarro desde as luzes que piscavam ao velocímetro, passando pelo manómetro da temperatura e pelos botões das portas. A certa altura olha fixamente para mim, mostrando uma enorme vontade em falar comigo. «Então amigo, já se estão a acabar as férias, não é?», questionei eu.

«Sim, finalmente. Que alívio! Já tenho saudades das fichas e dos problemas de matemática...», respondeu ele deixando-me quase sem resposta porque não estava á espera daquela reacção. E acrescentou: «Ninguém gosta de matemática mas eu adoro. Não gosto é do estudo humano, mas sou bom nos números e na língua portuguesa...»

Chegados ás Galinheiras, estende-me a mão e deseja-me um bom ano. Digo-lhe para que se mantenha assim aplicado na escola e que tenha também um ano cheio de coisas boas. A mãe chama-o e lá foi ele para casa, todo contente porque falou com o motorista.

São estas pequenas coisas que me fazem gostar daquilo que faço. E é bom quando assim é!

Foto editada por mim e retirada da net

1 comentário:

Anónimo disse...

Se está preocupado com o nº de viagens e se transporta muita gente, então que tal pôr articulados á hora de ponta da manhã na carreira 106?

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